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Em solidariedade, brasileiros espalhados pelo mundo também se mobilizam para apoiar os protestos contra o aumento da tarifa de ônibus, metrô e trem nas principais cidades do Brasil. Na tarde deste domingo (16), mais de 2.600 brasileiros se organizaram nas cidades de Dublin (Irlanda), Berlin (Alemanha), Nova York (EUA) e Montreal (Canadá).

Em São Paulo, o Movimento Passe Livre fará um novo protesto nesta segunda-feira (17), no largo da Batata, em Pinheiros.

Na tarde de hoje, o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, anunciou um convite aos manifestantes do MPL para uma reunião às 10h na segunda. Em virtude do convite, o MPL decidiu antecipar uma entrevista coletiva --inicialmente marcada para o mesmo horário-- para as 9h, para participar da reunião com o secretário.

Irlanda

Em Dublin, cerca de 2.000 pessoas participaram do protesto que começou por volta das 13h (horário local) e terminou por volta das 16h30.

A concentração aconteceu na O'Connel Street, região central de Dublin, onde se encontra um dos principais pontos turísticos da cidade, o Spire --monumento em forma de agulha, situado na região central da cidade.

Os números são da polícia local, que acompanhou o evento, chamado Brazil Awakening Dublin. Segundo a organização, a ideia de promover apenas um ato, sem envolver caminhadas pela cidade, foi determinação da polícia, para evitar transtornos no trânsito.

Segundo Andréa Cordeiro, uma das organizadoras do evento, a quantidade de pessoas que compareceram surpreendeu a organização. "Tínhamos pouco mais de 3.000 presenças confirmadas no Facebook, mas não imaginávamos que as pessoas de fato fossem para a rua."

Os responsáveis pelo evento marcaram fizeram uma reunião com a polícia antes do protesto. "No final, fizemos uma homenagem para a polícia: sentamos no chão, agradecemos e aplaudimos", disse a paulistana Carolina Valeis.

Segundo Valeis, que está na Irlanda há apenas um mês, a manifestação foi uma forma de apoiar os brasileiros que estão indo às ruas, "mesmo de longe". "Se eu estivesse no Brasil eu iria para a rua, não apenas pelos vinte centavos, mas por tudo", diz.

EUA

Em Nova York, os brasileiros tiveram dificuldades para realizar o evento no Central Park. Cerca de cem manifestantes, a maioria estudantes na faixa de 20 anos, se reuniram no local com cartazes, mas o movimento teve de ser remarcado devido à falta de permissão da polícia local para a realização do evento.

"Nós imaginávamos que seria só um encontro de poucos amigos, mas foi ganhando muita adesão no Facebook. Quando passou de mil, procuramos a polícia, mas eles disseram que precisava de mais antecedência para agendar", disse Jean Nogueira, um dos organizadores.

"A página foi retirada do ar por recomendação do Departamento de Polícia, mas as pessoas vieram mesmo assim", disse Nogueira. O grupo tentará organizar novo encontro amanhã no mesmo local.

Alemanha

Na cidade de Berlim, cerca de 350 pessoas se reuniram hoje na Kottbusser Damm, uma das principais vias da cidade, para apoiar os manifestantes brasileiros.

O evento foi organizado pela publicitária paulistana Juliana Doraciotto, 25, que vive na Alemanha há um ano. Na página do Facebook aparece a foto principal de Giuliana Vallone, repórter da Folha de S.Paulo atingida no olho por uma bala de borracha enquanto cobria os protestos na última quinta-feira.

A polícia acompanhou todo o protesto que recebeu o apoio de integrantes do movimento turco, que tem ido às ruas todos os dias para chamar a atenção sobre a situação na Turquia --há cerca de duas semanas manifestantes estão reunidos na praça Taksim e fazem críticas ao regime do premiê Recep Tayyip Erdogan.

Segundo Doraciotto, ela teve que preencher um protocolo no site da prefeitura de Berlim informando dados pessoais, tema da manifestação, quantas pessoas eram esperadas no ato e qual seria o trajeto percorrido.

O documento deve ser enviado com 48 horas de antecedência e é respondido em um tempo que varia entre 15 minutos e seis horas."Cinco minutos antes da hora marcada para o protesto, chegaram três carros da polícia. Os agentes, com o meu protocolo e me chamando pelo nome, me instruíram sobre como proceder e explicaram como poderiam ajudar, antes que saíssemos caminhando", explica.

Os participantes do ato tiveram que obedecer várias regras. Não podiam sair andando sem avisar os agentes e, se quisessem parar precisavam avisar os policiais com antecedência, para evitar problemas no trânsito.

Canadá

Apesar da chuva, cerca de 150 pessoas protestaram em frente ao consulado brasileiro na Westmount Square, em Montreal, no Canadá, por volta das 13h30 deste domingo (horário local). O movimento "Democracia não tem fronteiras" fez a mobilização por meio das redes sociais e a caminhada que saiu da praça do Canadá até o Consulado ocorreu de forma pacífica, sem imprevistos.

Como prevê a lei do país, o trajeto foi comunicado às autoridades locais, que concederam a permissão do protesto. Durante o trajeto, os manifestantes foram acompanhados pela polícia.

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