Horas depois de manifestantes liberarem os dois aeroportos que haviam sido tomados há mais de uma semana na Tailândia, mais de 30 brasileiros ainda estavam impedidos de deixar o país. Segundo o Ministério de Relações Exteriores, cerca de 30 pessoas voltaram ao Brasil nesta terça-feira (2) por meio do aeroporto de Utapao, que fica fora de Bangcoc. Outros 60 passageiros retornaram pelo mesmo aeroporto nesta quarta-feira. Ainda de acordo com o Itamaraty, cerca de 35 brasileiros permaneciam no país no início da tarde desta quarta-feira (horário de Brasília). A previsão do ministério era de que eles deixassem a capital tailandesa nas horas seguintes ou, no máximo, dentro de alguns dias.
A assessoria de imprensa do ministério rebateu acusações de que a embaixada brasileira em Bangcoc não estaria prestando a devida assistência aos passageiros impedidos de voltar ao país em meio aos protestos que agravaram a crise política na Tailândia. O Itamaraty afirmou que a embaixada está prestando "todo tipo de ajuda", como o fornecimento de medicamentos e o alojamento dos brasileiros, além de estar em contato com o governo tailandês e as companhias aéreas.
Um avião da Thai Airways já conseguiu pousar no aeroporto internacional de Bangcoc. Segundo o diretor do terminal, Vudhibhandhu Vichairatana, a primeira decolagem deve acontecer nesta quinta-feira (4), para Roma, na Itália, e a operação de vôos internacionais só deve ser normalizada na próxima semana.
A retirada dos milhares de seguidores de Aliança do Povo para a Democracia (APD) que tomaram o aeroporto acontece um dia depois de o Tribunal Constitucional ordenar a dissolução de três das seis legendas da coalizão de governo e banir 109 políticos, entre eles o ex-premier, por fraude eleitoral.
O Parlamento da Tailândia elegerá na segunda-feira o novo primeiro-ministro. A eleição pode pôr fim à crise política, mas o PPP, partido do premier banido, ameaça criar mais polêmica, prometendo se reagrupar em outra legenda para tentar se manter no poder. Os membros não-executivos do partido têm até 60 dias para isso. O partido Puea Thai anunciou nesta quarta-feira que vai acolher ex-integrantes do PPP.