Islamabad (AE) Pessoas cavavam com as próprias mãos as ruínas de escolas e casas, ontem, numa busca desesperada por sobreviventes do devastador terremoto que matou mais de 30 mil pessoas no sul da Ásia, com o Paquistão classificando-o como a pior tragédia no país e pedindo ajuda internacional imediata.
A maior parte das mortes ocoreram na Caxemira paquistanesa, epicentro do tremor de 7,6 graus de magnitude. A Índia contou centenas de mortos. Mais de 30 mil pessoas, muitos estudantes, morreram na parte paquistanesa da Caxemira, disse Tariq Mahmmod, ministro de comunicações da região. "Fui informado pelo meu departamento que mais de 30 mil pessoas morreram na Caxemira", disse Mahmmod. Depois do tremor inicial, um outro abalo de 6 graus foi sentido. As autoridades alertam que as réplicas podem voltar a ocorrer nos próximos dias.
Fontes oficias informaram que o número de mortos pode aumentar. O terremoto, registrado na manhã de sábado, destruiu dezenas de vilas e causou deslizamentos de terra que dificultam os trabalhos de resgate em muitas áreas devastadas, onde os corpos das vítimas estão espalhados pelo chão. Muitas escolas, que naquela região funcionam normalmente aos sábados, também foram afetadas.
O ministro do Interior do Paquistão, Aftab Khan Sherpao, havia dito mais cedo que o número de mortos estava em 19.136 17.388 deles na Caxemira paquistanesa e que 42.397 estavam feridas. A cidade mais atingida foi a capital da Caxemira paquistanesa, Muzaffarabad, onde 11 mil morreram, disse Sherpao. Autoridades da Índia anunciaram 465 mortes e mais de 900 pessoas feridas, enquanto o Afeganistão informou que havia pelo menos quatro mortes.
Muitos sobreviventes passaram a noite sem abrigo, em temperaturas baixíssimas. Na porção indiana da Caxemira, moradores queimaram madeira de suas casas destruídas para se manterem aquecidos.
Dois sobreviventes foram retirados com vida de um prédio que desabou em Islamabad, a capital paquistanesa. Ainda há sobreviventes sob os escombros.
"Estamos lidando com o pior desastre na história do Paquistão", disse o general Shaukat Sultan, porta-voz do exército do país. "Nós procuramos ajuda internacional", disse o presidente paquistanês, general Pervez Musharraf. "Temos pessoas suficientes, mas precisamos de apoio financeiro". A ajuda já começou a chegar (veja texto abaixo), mas o país espera mais.
Os tremores foram sentidos da região central do Afeganistão até o oeste de Bangladesh, com construções destruídas em uma área que vai de 400 quilômetros de Jalalabad, no Afeganistão, até Srinagar, no norte da Índia.