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Golfo pérsico

Mais de 3.700 civis morreram no Iraque em outubro, diz ONU

Bagdá – O número de mortes entre civis no Iraque em um mês atingiu um nível recorde em outubro com 3.709 pessoas mortas, segundo um relatório da ONU divulgado ontem em Bagdá.

Segundo Said Arikat, porta-voz da missão de assistência da ONU no Iraque, o número – que está no recente relatório sobre direitos humanos no país – excede a última estimativa, de julho de 2006, que contabilizava 3.405 mortes em mês (veja quadro).

Oficiais da ONU apontaram o aumento da influência das milícias armadas e dos casos de tortura como um dos fatores principais para o elevado número de assassinatos.

De acordo com o documento, a população civil do Iraque continua a ser "vítima de atos terroristas, explosões, confrontos entre grupos rivais, seqüestros e abusos policiais’’.

O relatório aponta que a violência sectária é, aparentemente, a principal causa da violência.

Segundo Arikat, que falou por telefone de Bagdá, o relatório completo será divulgado em breve. O documento se baseia em dados do ministério iraquiano da Saúde, de hospitais em todo o país e do Instituto Médico Legal de Bagdá.

O número total de civis mortos em setembro e outubro foi de 7.054 – entre eles, 351 mulheres e 110 crianças, segundo o documento da ONU.

No relatório, a ONU ainda pede que o governo iraquiano, as forças de coalizão lideradas pelos EUA e países do mundo todo ajudem a aumentar a disciplina e a segurança das forças armadas, conter a influência das milícias e combater a corrupção e o crime organizado.

O texto também faz críticas ao sistema de Justiça iraquiano, dizendo que, muitas vezes, indivíduos são detidos sem mandado judicial.

No relatório, a ONU denuncia ainda o número crescente de jornalistas que vem sendo "impunemente assassinados’’ no país. No último mês, foram 18 casos de jornalistas mortos.

A situação das mulheres também continua a se deteriorar, com o aumento de mortes devido ao extremismo religioso e aos chamados "crimes de honra".

As escolas também são alvos cada vez mais freqüentes da violência sectária e de ataques. O Ministério da Educação, citado pelo relatório, informou que mais de 300 professores e funcionários do ministério foram mortos, e outros 1.158 ficaram feridos em 2006.

Escalada

Desde o início da invasão dos EUA ao Iraque, em 2003, cerca de 62 mil civis morreram. Confira o número de mortes registradas este ano.

Janeiro 1.671Fevereiro 2.054Março 2.249Abril 2.169Maio 2.532Junho 2.990Julho 3.405Agosto 2.855Setembro 2.667Outubro 3.709

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