Ouça este conteúdo
Mais de 40% da população ucraniana está enfrentando condições humanitárias críticas devido à guerra iniciada pela invasão russa, alertou nesta terça-feira (31) Ramesh Rajasingham, diretor de coordenação do Escritório Humanitário da Organização das Nações Unidas (ONU).
Rajasingham destacou também que desde a invasão russa, ocorrida em fevereiro de 2022, milhares de civis ucranianos perderam suas vidas em ataques realizados contra residências, escolas, campos e mercados.
Cerca de 18 milhões de ucranianos, que representam mais de 40% da população total, estão tendo que conviver neste momento com as "consequências humanitárias horrendas" e os "níveis inimagináveis de sofrimento" que os ataques russos estão causando na Ucrânia, apontou Rajasingham.
Com o inverno se aproximando, as preocupações da ONU aumentam, especialmente devido aos danos nas infraestruturas críticas ucranianas que estão sendo causados de forma contínua pelos bombardeios russos. Esses danos estão afetando o acesso da população à eletricidade, aquecimento, água e telecomunicações.
Rajasingham destacou a importância de preparar neste momento a população ucraniana para que possam tentar enfrentar as baixas temperaturas do inverno que está chegando. Ele citou que os ucranianos precisam neste momento de ajuda para realizar reparos domésticos, o que pode garantir o funcionamento de alguns sistemas essenciais, principalmente os de aquecimento.
Robert Wood, embaixador dos EUA na ONU em Genebra, na Suiça, alertou sobre a redução “pela metade da capacidade” de geração de energia da Ucrânia devido aos ataques russos, que agravou, segundo ele, ainda mais a crise humanitária no país.
A ONU também apontou a diminuição da capacidade dos atendimentos médicos na Ucrânia. Segundo dados, mais de 1,3 mil ataques foram realizados contra instalações de saúde desde o início da invasão russa, o que prejudicou o acesso da população aos locais de tratamento. Tais ataques já resultaram também na morte de centenas de profissionais da saúde e pacientes.
Rajasingham ainda destacou os riscos crescentes para as organizações humanitárias operarem em território ucraniano. Segundo ele, o número de trabalhadores humanitários mortos em solo ucraniano mais que triplicou, saindo de quatro em 2022 para 14 em 2023.