Mais de 50 mil pessoas assistiram ao funeral do opositor e líder curdo Mechaal Tamo, assassinado na última sexta-feira em Qamichli, nordeste da Síria. "O funeral se transformou em uma manifestação que exigia a queda do regime do ditador Bashar al Assad", informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), em um comunicado. Forças de segurança abriram fogo contra a multidão. Pelo menos duas pessoas morreram, segundo testemunhas. A violência segue-se há sete meses de revolta contra o presidente sírio, Bashar Assad.
Os ativistas disseram que as forças de segurança abriram fogo também contra pessoas que acompanhavam o cortejo de três pessoas mortas no subúrbio de Douma, em Damasco.
Tamo, de 53 anos, ex-prisioneiro político e porta-voz do Partido Futuro Curdo, foi também membro de um comitê executivo do recém formado Conselho Nacional Sírio, frente que reuniu figuras da oposição de dentro e fora do país em uma tentativa de unir o fragmentado movimento dissidente da Síria. Tamo vinha sendo fundamental na organização de protestos contra o governo em Qamishli nos meses recentes.
Reação
A União Europeia (UE) condenou "com a maior firmeza" o assassinato e manifestou sua preocupação com a repressão neste país.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu que Bashar Assad deixe o poder "agora", enquanto advertiu que seu regime estava levando o país a "um caminho muito perigoso". O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, condenou em um comunicado o assassinato de Tamo, assim como o ataque a um proeminente ativista sírio, ao afirmar que isso demonstra "mais uma vez que as promessas de diálogo e reforma do regime de Assad são vazias".