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Mais de 70 mil pessoas protestaram ontem na cidade de Homs, na Síria, epicentro das manifestações iniciadas em março pedindo a renúncia do ditador Bashar Assad. A multidão aproveitou a presença dos 50 monitores da Liga Árabe, que chegaram ao país na segunda-feira para uma reunião com o governador da província que leva o mesmo nome da cidade, Homs.

O objetivo é investigar se o regime está se movimentando para dar fim à repressão que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), já deixou mais de 5 mil mortos.

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De acordo com a organização internacional de direitos humanos Avaaz, ao menos 32 foram mortos ontem no país, nas cidades de Homs, Daraa, Hama, Da­­masco e Deir Ezzor.

Já o Observatório Sírio dos Di­­reitos Humanos (OSDH), colocou em mais de 70 mil o número de pessoas que foram às ruas de Homs estimuladas pela presença da delegação árabe na cidade.

Agências de notícias relataram durante o dia que o governo retirou grande parte de seus tanques de guerra das ruas de Homs, du­­rante a visita dos diplomatas árabes, e que a repressão aos milhares de manifestantes se deu sobretudo com o uso de bombas de gás lacrimogêneo.

O general sudanês Mustafa Da­­bi, chefe da equipe de monitores do bloco árabe que quer investigar se Assad está colocando em prática um acordo assinado semanas atrás, disse que o primeiro dia em Homs teve um resultado "mui­­to bom" e que todos os lados estavam respondendo aos enviados.

"Estou retornando a Damasco para reuniões e voltarei a Homs amanhã [hoje]. A equipe vai ficar em Homs. Hoje [ontem] foi um dia muito bom já que todos os lados colaboraram", avaliou.

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A manifestação de ontem foi organizada por militantes para "denunciar os crimes do regime" de Assad contra a população, in­­formou o OSDH, com sede em Londres.

Muitos manifestantes procedentes dos bairros de Hamra e Al Qusur seguiram para o local dos protestos. Outra mobilização foi organizada depois das orações do meio-dia no bairro rebelde de Bab Dreib, assim como no bairro de Jab al Jandali.

"A delegação de observadores entrou no bairro de Baba Amro acompanhada por pessoas do go­­verno, mas não se reuniu com moradores do bairro", afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

Também ontem, a agência oficial Sana anunciou que um "grupo terrorista armado" sabotou um gasoduto em Homs, nas proximidades de Al Rastan. Não foi informado até o momento se houve vítimas no ataque. O mesmo gasoduto foi alvo de uma operação terrorista em 12 de dezembro.