Conhecida pelas entregas de grandes construções em um curto espaço de tempo, a China está desenvolvendo um dos - ou o maior - projeto da história, que se tornou consequentemente o mais caro do mundo: um rio artificial que conecta o país de norte a sul.
A obra colossal se tornou uma das prioridades do regime chinês. Até 2014, mais de 79 bilhões de dólares já haviam sido investidos na construção, que faz parte do plano de desenvolvimento nacional e deve ser concluída até 2050.
O megaempreendimento tem o objetivo de transferir água potável do sul úmido do país para o norte árido, onde a população enfrenta a escassez do recurso natural.
Ao todo, a estimativa é de que cerca de 44,8 bilhões de metros cúbicos de água sejam transferidos anualmente para essas áreas densamente povoadas.
O plano, estruturado há décadas, começou com a conexão do rio Yangzi, no sul, com regiões ao norte. Em 2013, foi inaugurada a primeira rota entre o antigo grande canal de Hangzhou e Pequim. No ano seguinte, foi feita a ampliação entre a capital chinesa e o condado de Danjiangkou.
A rota central da construção começa no rio Danúbio, fluindo em direção a Pequim, no norte, e passa por várias províncias adjacentes. Já a rota ocidental conecta o rio Yangtze ao noroeste da China, passando por áreas como Qinghai e Xinjiang, fornecendo água para regiões que sofrem com a seca.
Segundo o The Economist, aproximadamente 80% da água do país está localizada no sul, onde vive metade da população chinesa. Enquanto isso, no norte, 11 províncias têm menos de mil metros cúbicos de água por pessoa, anualmente.
As estimativas apontam que o megaempreendimento já envolveu mais de 70 mil trabalhadores chineses ao longo dos anos e usou mais de 200 mil toneladas de concreto e aço.
Apesar de o objetivo principal ser o combate à crise hídrica em uma parte importante do país, o regime chinês enfrenta críticas ligadas a questões ambientais e sociais, como o deslocamento forçado de pessoas em espaços que serão utilizados na obra e a destruição de pastagens.
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