A busca por sobreviventes prosseguia nesta segunda-feira na mina de carvão de Donestsk, em Zasiadko, no leste da Ucrânia, onde até o momento morreram 80 pessoas, em uma das piores catástrofes do país que será acompanhada de perto pelo presidente Viktor Yushenko.
Hoje, o presidente visitou a mina, decretou a terça-feira dia de luto nacional e pediu aos ucranianos seu apoio "para as famílias das vítimas".
Além dos 80 mineiros mortos, pelo menos 30 pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas, e outras 20 continuam desaparecidas, de acordo com o último balanço da administração regional.
O balanço anterior oficial era de 72 mortos, 30 pessoas desaparecidas e 28 hospitalizadas, sendo uma em estado grave, por causa de uma explosão de gás ocorrida no domingo nesta mina de carvão de Donetsk.
O número de vítimas pode passar de 100, segundo estimativas de um funcionário do Comitê Estatal para a Proteção do Trabalho, citado pela agência Interfax.
"A tragédia de Donetsk é um desafio não apenas para a indústria mineradora ucraniana, mas para todos os seus dirigentes", disse o presidente ucraniano durante uma reunião da comissão governamental, de acordo com a agência de notícias Interfax.
Nesta segunda de manhã, centenas de familiares dos mineiros foram ao local da tragédia, muitos deles aos prantos. Várias pessoas desmaiaram à medida que eram anunciadas as identidades das vítimas.
Dezenas de equipes de socorro lutavam contra os obstáculos na tentativa de localizar mais sobreviventes, informou o vice-ministro Andri Kliuev, chefe da comissão governamental encarregada do caso.
O presidente russo, Vladimir Putin, enviou um telegrama de condolências a seu colega ucraniano para expressar a dor pela catástrofe sofrida na Ucrânia.
O fogo que se declarou após a deflagração de gás grisu foi controlado, mas as causas da detonação ainda não foram determinadas. A explosão aconteceu na tarde de domingo, e a mina Zasiadko é uma das mais importantes do país. No momento do acidente, havia 456 mineiros trabalhando nos túneis. Deste total, mais de 360 conseguiram sair chegar à superfície.
O primeiro-ministro Viktor Yanukovich, originário da região, acudiu de imediato ao local da tragédia. O governador de Donetsk decretou três dias de luto.
Submetidas a um severo regime de austeridade e, em geral, dotadas de equipamentos obsoletos, as minas de carvão da Ucrânia estão entre as mais perigosas do mundo, sendo, com freqüência, cenários de acidentes mortais.
Em 2006, 170 mineiros morreram em diversos acidentes registrados nesta ex-república soviética.
Nos últimos anos, ocorreram acidentes similares na mina de Zasiadko, que emprega 10.000 pessoas e produz 8.000 e 10.000 toneladas de carvão diárias.
Em 1999, uma explosão de grisu causou a morte de 50 mineiros em Zasiadko.
Em agosto de 2001, morreram 55 pessoas em outro acidente e, em 2002, foram 20 os mineiros falecidos enquanto usavam explosivos na mina.