Os moradores participam de um referendo em uma assembleia de voto móvel em Luhansk, Ucrânia, 23 de setembro de 2022.| Foto: EFE
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De acordo com resultados iniciais divulgados pelas autoridades pró-Moscou nesta terça-feira (27), mais de 97% dos eleitores que participaram dos referendos realizados nos últimos dias nos territórios do leste e do sul da Ucrânia controlados pelas forças russas apoiaram a anexação deles pela Rússia.

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Com 16% e 14% dos votos contabilizados nas autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, 98,05% e 97,79% dos eleitores, respectivamente, votaram a favor da incorporação dos territórios à Rússia, informou a agência de notícias russa "Interfax".

Na região de Kherson, com 12% dos votos apurados, 97,47% dos que participaram aprovaram a adesão à Rússia, enquanto na vizinha Zaporizhzhia, com 20% contabilizados, 98% votaram a favor da adesão.

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Autoridades da Rússia disseram que estão prontas para acrescentar os territórios ao país.

"Nossos legisladores, órgãos executivos e departamentos jurídicos estão prontos", disse nesta terça-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Uma fonte parlamentar de Moscou citada pela agência oficial de notícias russa TASS afirmou que "é muito provável que já em 30 de setembro a incorporação (à Rússia) desses territórios seja formalizada".

A Ucrânia e praticamente toda a comunidade internacional negam qualquer legitimidade das consultas, que foram realizadas em territórios controlados pelo exército russo, sob ameaças.

“Um pseudorreferendo rápido em apartamentos e pátios sob o olhar atento de um soldado armado”, escreveu Serhiy Haidai, governador da região de Lugansk, no Twitter, no fim de semana.

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Haidai disse ter recebido relatos de pessoas que vivem nos territórios ocupados de que os comitês eleitorais itinerantes eram acompanhados por indivíduos armados.

“Se elas não abrem a porta da casa, ameaçam arrombá-la”, disse ele, acrescentando que quando uma pessoa marca “não” (à adesão à Rússia) na cédula, os membros do comitê registram esta informação em seu “caderno”.

A ONU, a União Europeia, os Estados Unidos e muitos outros países repudiaram os referendos e disseram que não vão reconhecer seus resultados.

O governo da Ucrânia enfatizou que, além de rechaçar os resultados, não vai mudar de estratégia no campo de batalha, onde a Rússia sofreu pesadas derrotas nos sete meses de combates, tanto no norte quanto no nordeste da Ucrânia.

"A Ucrânia tem todo o direito de libertar seus territórios e continuará a fazê-lo, independentemente do que a Rússia disser", disse o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]