Guarda-costeira deixa em terra firme os corpos dos imigrantes africanos que se afogaram tentando chegar à Itália| Foto: Enza Billeci/Reuters
Sacos plásticos com cadáveres em hangar de Lampedusa
Guarda-costeira patrulha a área do naufrágio, na costa italiana

Pelo menos 114 pessoas morreram ontem no naufrágio de uma embarcação em que viajavam cerca de 500 passageiros, perto da ilha de Lampedusa, no sul da Itália. Os viajantes eram imigrantes africanos, e cerca de 250 deles permanecem desaparecidos.

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O Acnur (agência da Organização das Nações Unidas para refugiados) afirmou que os passageiros podem ser da Eritreia e da Líbia. Entre os mortos, estão quatro crianças.

Segundo a prefeita da ilha, Giusi Nicolini, entre os sobreviventes, as forças da ordem prenderam uma pessoa que seria a responsável pelo transporte ilegal. "Trata-se de uma tragédia imensa", disse.

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Ela conta que, segundo relatos dos sobreviventes, o barco passou várias horas em alto-mar até que se decidiu acender uma chama, de modo a facilitar a localização. Mas a embarcação pegou fogo, e muitos imigrantes tiveram de se lançar ao mar. Por fim, o barco virou.

"É um horror. Não param de chegar barcos cheios de corpos. É impressionante", disse a prefeita entre lágrimas enquanto falava por telefone com algumas emissoras de televisão.

O responsável da Agência de Saúde de Palermo, Antonio Candela, que coordena as operações de assistência aos imigrantes resgatados, informou que foram resgatadas 150 pessoas, entre elas dezenas de crianças, algumas com poucos meses de idade, e mulheres grávidas.

Candela explicou que as condições dos sobreviventes eram boas e que, apesar de alguns terem apresentado sintomas de hipotermia, ninguém precisou ser hospitalizado. Participam das operações de resgate a Guarda Litorânea italiana e a Guardia di Finanza, a polícia de fronteiras do país, além de barcos pesqueiros e embarcações particulares.

Na noite de quarta-feira, uma embarcação com 463 imigrantes ilegais chegou à ilha. Os imigrantes foram transferidos para um abrigo em Lampedusa, que já tinha atingido sua capacidade máxima de 700 pessoas.

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