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Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com 80 brasileiros chegou nesta terça-feira ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, após uma escala técnica no Aeroporto Internacional dos Guararapes, em Recife. O vôo saiu na segunda-feira à tarde de Adana, na Turquia, de onde outros 150 brasileiros partiram para o Brasil em um avião da FAB no último domingo.

Os vôos de resgate fazem parte de um plano elaborado pelo governo brasileiro para evacuar, até o fim desta semana, um total de 1.500 brasileiros que vivem na zona de conflito entre o governo de Israel e o Hezbollah, no Líbano. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, até o momento, 1.095 brasileiros deixaram o Líbano, 850 com a ajuda do governo brasileiro e cerca de 245 por conta própria.

Pelo menos outros dois vôos da Força Aérea Brasileira estariam previstos para deixar Adana com destino ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo: um na quarta-feira, com capacidade para 150 pessoas, e outro na quinta-feira, com 80 brasileiros a bordo. Outros vôos para a região estariam nos planos do governo. Em negociação, o resgate de pelo menos mais 200 pessoas nos aviões da FAB, provavelmente no fim-de-semana.

A TAM também disponibilizou um avião para o resgate de brasileiros no Oriente Médio. Dois vôos com capacidade para 225 pessoas cada devem deixar Damasco com destino a Guarulhos, na quarta-feira e na sexta-feira desta semana. Um terceiro vôo está nos planos da empresa, mas ainda não tem data definida. Os custos das viagens de resgate estão sendo compartilhados entre a TAM e a GOL.

No domingo, 73 brasileiros embarcaram em um navio canadense com destino ao porto turco de Bessin. Na segunda-feira, dois comboios com 309 brasileiros deixaram o Vale do Bekaa rumo a Damasco, na Síria. Foi preciso contratar uma empresa libanesa para realizar o transporte depois que motoristas sírios se recusaram a ir ao vale. Nesta quarta-feira, dez ônibus com brasileiros devem deixar Beirute em direção à capital da Síria. Eles serão trazidos para o Brasil em vôos comerciais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou na segunda-feira que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, acompanhasse pessoalmente a retirada de brasileiros do Líbano (Leia sobre a experiência de brasileiros no Líbano) . Amorim já está em Istambul, na Turquia, e segue para Adana na quarta-feira de manhã. O chanceler deve permanecer na cidade até quinta-feira, quando retorna ao Brasil.

Amorim estava em Genebra, Suíça, participando de negociações na Organização Mundial do Comércio. Segundo o porta-voz da Presidência, André Singer, a missão do chanceler será acelerar ao máximo a saída dos brasileiros da zona de conflito entre o governo de Israel e o Hezbollah.

O Brasil também deverá ajudar os governos da Argentina, do Paraguai, da Bolívia e do Canadá a retirar cidadãos desses país do Líbano. O embaixador Everton Vieira Vargas, que coordena no Itamaraty o grupo de apoio aos brasileiros no Líbano, disse nesta terça-feira que o governo brasileiro recebeu pedidos de ajuda desses países. Segundo ele, tem sobrado vagas nos comboios de ônibus organizados pelo Itamaraty.

O embaixador lembrou que os diplomatas brasileiros no Líbano não têm acesso ao Vale do Bekaa, onde se concentra a maioria dos brasileiros que desejam deixar o país. Por isso, a mobilização dos moradores é feita por líderes locais, com anúncios em rádio.

Na segunda-feira, os comboios organizados pelo Itamaraty transportaram 305 pessoas até Damasco, na Síria, numa viagem de uma hora e meia de duração. Havia lugares para pelo menos 500 passageiros, número que poderia chegar a mil, caso os ônibus fizessem nova viagem.

Vargas disse que questões familiares ou motivos particulares podem explicar o baixo comparecimento de brasileiros aos locais de onde saem os comboios.

- É muito difícil, obviamente, entrar na psicologia de cada um. A presença das pessoas no local de partida é voluntária. O que se faz é uma ampla divulgação - disse Vargas.

O governo do Paraguai pediu ao Consulado do Brasil no Líbano ajuda na retirada de 15 paraguaios que estão em Beirute. Já a Bolívia fez um pedido genérico de apoio, uma vez que não tem nem embaixada nem consulado naquele país. O governo da Canadá fez um pedido para retirada de canadenses do Vale do Bekaa. Recentemente, o Canadá cedeu 73 lugares a brasileiros num navio. O embaixador disse que, naturalmente, brasileiros têm prioridade sobre os estrangeiros e evitou vincular a oferta a ajuda aos estrangeiros à sobra de vagas.

- Não há cotas nas nossas retiradas. Estamos fazendo uma ação humanitária. Governos de países amigos nos pediram apoio. É natural que possamos somar esforços com objetivo de retirar pessoas da zona de conflito - disse.

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