O número de sírios que fugiram da repressão em seu país para a Turquia subiu hoje para 8.538, disse uma autoridade turca pedindo anonimato. Cerca de 2 mil pessoas cruzaram a fronteira ontem, segundo a mesma fonte. A maioria dos refugiados recentes vem de Jisr al-Shugur, cidade que é um dos palcos do levante contra o governo sírio e fica a 40 quilômetros da fronteira com a Turquia. As forças do presidente sírio, Bashar Assad, tomaram a cidade nos últimos dias, afirmando que reprimem "gangues armadas", após uma onda de protestos sem precedentes contra o governo na área. O regime afirma agora controlar a cidade no noroeste de quase 50 mil habitantes.
Os que fugiram da violência têm se abrigado em sua maioria em tendas, montadas pelo Crescente Vermelho Turco na região da província de Hatay. Especialistas do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) chegaram a Hatay para "investigar os abusos" na Síria, disse um membro da delegação da ONU à France Presse, também pedindo anonimato. Desde 15 de março mais de 1.200 manifestantes contrários ao governo da Síria morreram no país. Outros 10 mil foram presos, segundo grupos pelos direitos humanos.
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que seu país não fechará suas portas para os sírios que buscam abrigo no vizinho. Um porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse ontem que os EUA condenam fortemente a violência na Síria. "Nós pedimos ao presidente Bashar Assad que pare com a violência", afirmou Carney. "O presidente Assad precisa se envolver no diálogo político. Uma transição precisa ocorrer. Se o presidente Assad não liderar a transição, então ele deve renunciar", afirmou o porta-voz a bordo do avião do presidente Barack Obama, o Air Force One.
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