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A polícia confirmou neste sábado (31) a prisão de dois homens que estariam envolvidos no estupro e enforcamento de duas adolescentes da casta considerada de intocáveis, os dalits, no norte da Índia, o que faz subir para cinco o número de detidos - apenas outros dois continuam foragidos.

O superintendente da polícia local, Atul Kumar Saxena, disse à agência indiana PTI que prenderam ontem à noite o agente Chhatrapal e no começo da manhã deste sábado Urvesh, que, como os outros detidos, são da casta Yadav.

Essa casta baixa está acima dos intocáveis, grupo social que ocupa o último lugar no sistema de castas. As duas adolescentes, de 14 e 15 anos, que apareceram enforcadas na quarta-feira (28) na cidade de Katra, no Estado de Uttar Pradesh, são dalits.

Os policiais foram suspensos e detidos por "conspiração criminosa" ao negar ajuda aos familiares das vítimas, que na terça-feira à noite tinham descoberto que as adolescentes estavam presas em uma casa da cidade.

"Chhatrapal nos disse que não registraria queixa nenhuma e que fôssemos embora. Disseram que nos matariam se insistíssemos em registrar uma ocorrência", contou ao jornal local "Indian Express" um dos irmãos das adolescentes.

As jovens tinham sido raptadas por um terceiro policial, Awadhesh, e dois de seus irmãos -Pappu e Urvesh-, que foram presos e acusados de assassinato e estupro.

"O papel da polícia em todo o caso é suspeito. Se os policiais tivessem atuado a tempo as meninas estariam vivas. Estavam conluiados com os acusados", acusou o pai de uma das vítimas ao PTI.

"Somos tão pobres que não esperamos que se faça justiça. A polícia nos pressionou para que mudássemos nossas declarações sobre o crime", disse ao canal local NDTV um vizinho de uma das vítimas.

A família das adolescentes pediu uma investigação independente, por não confiarem no chefe do governo regional, Akhilesh Yadav, que pertence à mesma casta dos acusados.

Akhilesh, por sua vez, ordenou ontem que se faça um "julgamento rápido" contra todos os detidos e que os parentes das vítimas sejam protegidos e indenizados com 500 mil rúpias (quase US$ 15 mil).

Segundo o "Indian Express", os altos comandantes da polícia de Uttar Pradesh admitiram a "grave negligência" no caso.

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