O vice-chanceler venezuelano para a Europa, Yván Gil, disse, nesta quinta-feira (4), que mais soldados russos devem chegar à Venezuela como parte da uma cooperação técnico-militar entre Venezuela e Rússia, a qual requer uma "presença constante" de especialistas russos no país sul-americano.
"Há uma cooperação militar dinâmica que já tem 15 anos de operação e, neste contexto sempre estarão presentes técnicos russos", disse Gil à Agência Efe. "Nós temos um sistema de armas bastante completo e complexo em nosso território que nos permite defender a soberania e vamos estar sempre em contato com os técnicos russos para atualizações do sistema, formação, treinamento e tudo o que tem a ver com transferência de tecnologia".
Existem várias especulações sobre a crescente presença de militares russos na Venezuela, inclusive de que Maduro e seus aliados estejam se preparando para uma intervenção militar dos Estados Unidos.
Na semana passada, depois que cerca de 100 soldados russos pousaram na Venezuela, o secretário de estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que os Estados Unidos "não ficariam de braços cruzados" se a Rússia continuasse enviando militares para o país sul-americano.
As autoridades americanas ainda não comentaram a declaração de Gil.
A relação militar entre Rússia e Venezuela teve início em 2005, quando o falecido Hugo Chávez ainda era presidente da Venezuela. As primeiras compras de equipamentos militares russos foram concretizadas no ano seguinte. Desde então, estima-se que a Venezuela tenha comprado US$ 3,8 bilhões em armamentos da Rússia, segundo o Instituto de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri).
Uma das compras mais importantes ocorreu em 2013: três sistemas de mísseis antiaéreos S-300, um dos quais entrou em operação recentemente na Base Aérea Capitán Manuel Ríos, nas proximidades de Caracas.Especialistas acreditam que seja o melhor sistema de defesa aérea na região.
Cooperação para o sistema elétrico
Também há parceria entre os dois países para o restabelecimento do serviço de energia elétrica na Venezuela.
De acordo com o jornal Efecto Cocuyo, Maduro pediu à Rússia peças de reposição para o sistema elétrico nacional, "a fim de superar os danos que foram causados ao nosso sistema de geração e distribuição no campo da energia elétrica".
A informação é do ministro de Agricultura, Wilmar Castro Soteldo. Segundo ele, Rússia e Venezuela também estão trabalhando no desenvolvimento de "mecanismos que impeçam o bloqueio, a pirataria de redes e sistemas que se utilizam para proporcionar serviços públicos", uma vez que, na versão do regime chavista, os apagões da Venezuela foram causados por ataques cibernéticos orquestrados pelos Estados Unidos.
Na terça-feira, o ministro de Planejamento, Ricardo Menéndez, disse a jornalistas que o regime está buscando uma cooperação com a Rússia para "blindar o sistema elétrico venezuelano. Segundo ele, as duas partes "têm trabalhado em temas especificamente relacionadas à questão elétrica", onde a Rússia "tem experiência", também quando se trata de proteger os sistemas públicos.
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