O novo ministro japonês do Meio Ambiente admitiu na quarta-feira falhas em antigas prestações de contas eleitorais, em um novo golpe para o primeiro-ministro Shinzo Abe, que enfrenta uma onda de escândalos em seu gabinete.
Quatro ministros já deixaram o governo desde que Abe assumiu o cargo, em setembro. A maioria caiu vítima de irregularidades em prestações de contas eleitorais. Um dos políticos cometeu suicídio.
O ministro e o vice-ministro de Agricultura renunciaram na segunda-feira, pouco mais de uma semana depois de uma reforma do gabinete promovida por Abe para tentar resgatar sua popularidade, depois da humilhante derrota da sua coalizão nas eleições do Senado, em julho.
O novo caso envolve o ministro do Meio Ambiente, Ichiro Kamoshita, e sua equipe política devido a discrepâncias de 8 milhões de ienes (69 mil dólares) em registros de empréstimos do então parlamentar para o grupo, na década de 1990.
"Houve erros e omissões nos registros, e quero pedir desculpas profundamente ao público pelos erros feitos por este grupo político", disse Kamoshita a jornalistas.
Sobre uma possível renúncia, ele respondeu: "Quero dar o melhor de mim para explicar de uma forma que seja aceitável ao público." Disse ainda que era um novato na política na época das irregularidades.
Abe confirmou que houve um erro na prestação de contas, mas disse que não pretende demitir Kamoshita, segundo a agência Kyodo. Abe, 52 anos, já foi duramente criticado por supostamente proteger ministros envolvidos em escândalos.
O primeiro-ministro recuperou ligeiramente sua popularidade após reformular o gabinete, mas a onda de escândalos provavelmente cobrará um preço, talvez se refletindo nos mercados financeiros.
Operadores do mercado de ações dizem que a eventual renúncia de mais um ministro pode afastar investidores estrangeiros dos papéis japoneses.