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Espanha

Mais uma vez, ETA declara cessar-fogo

O ministro de interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, aparece numa televisão de uma loja, em Madri. Na tela abaixo, representantes do ETA anunciam cessar-fogo | Vincent West/Reuters
O ministro de interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, aparece numa televisão de uma loja, em Madri. Na tela abaixo, representantes do ETA anunciam cessar-fogo (Foto: Vincent West/Reuters)

Londres - O grupo separatista basco ETA voltou a anunciar ontem um cessar-fogo, como havia feito em setembro de 2010. Disse que desta vez é "permanente’’, "geral’’ e que poderá ser verificado por or­­ganismos internacionais.

Mas o governo espanhol afirmou que pode ser apenas mais um golpe do grupo terrorista, que em 2006 também anunciou sua renúncia à violência para na se­­quên­­cia colocar um carro-bomba no aeroporto madrileno de Ba­­rajas, que matou duas pessoas.

O ETA foi formado em 1959 e, desde o final dos anos 60, promove atos terroristas na luta pela independência do País Basco, região no norte da Espanha e sudoeste da França. Cerca de 850 pessoas foram mortas em suas ações nesse período.

Em comunicado, o grupo disse que agora acredita que a solução do problema "chegará por meio de um processo democrático que tenha a vontade do povo basco como máxima referência e o diálogo e a negociação como instrumentos’’.

A reação espanhola foi imediata. "Esse comunicado não serve. Tem que dar muito mais contundência, e não vamos nos permitir ne­­nhum engano’’, afirmou o pri­­meiro-ministro, José Luis Za­­pa­­te­­ro.

Antes, o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, já havia atacado o grupo. "Estamos diante de um ETA com a mesma arrogância, a mesma linguagem. Conti­­nuam a defender que o fim da violência tenha um preço’’, afirmou.

O ETA tem perdido forças nos últimos anos, com a prisão de várias figuras-chave em 2010. Agora muitos acreditam que o anúncio do cessar-fogo seja apenas uma tentativa do grupo de ganhar tempo para se reerguer.

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