Londres - O grupo separatista basco ETA voltou a anunciar ontem um cessar-fogo, como havia feito em setembro de 2010. Disse que desta vez é "permanente, "geral e que poderá ser verificado por organismos internacionais.
Mas o governo espanhol afirmou que pode ser apenas mais um golpe do grupo terrorista, que em 2006 também anunciou sua renúncia à violência para na sequência colocar um carro-bomba no aeroporto madrileno de Barajas, que matou duas pessoas.
O ETA foi formado em 1959 e, desde o final dos anos 60, promove atos terroristas na luta pela independência do País Basco, região no norte da Espanha e sudoeste da França. Cerca de 850 pessoas foram mortas em suas ações nesse período.
Em comunicado, o grupo disse que agora acredita que a solução do problema "chegará por meio de um processo democrático que tenha a vontade do povo basco como máxima referência e o diálogo e a negociação como instrumentos.
A reação espanhola foi imediata. "Esse comunicado não serve. Tem que dar muito mais contundência, e não vamos nos permitir nenhum engano, afirmou o primeiro-ministro, José Luis Zapatero.
Antes, o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, já havia atacado o grupo. "Estamos diante de um ETA com a mesma arrogância, a mesma linguagem. Continuam a defender que o fim da violência tenha um preço, afirmou.
O ETA tem perdido forças nos últimos anos, com a prisão de várias figuras-chave em 2010. Agora muitos acreditam que o anúncio do cessar-fogo seja apenas uma tentativa do grupo de ganhar tempo para se reerguer.