O ministro dos Transportes da Malásia informou nesta quinta-feira (6) que equipes de busca encontraram novos destroços de avião na ilha francesa de Reunião, no oceano Índico, onde na semana passada foram localizados fragmentos do voo MH370, que sumiu há mais de um ano.
Liow Tiong Lai explicou que se referia a partes de poltronas e janelas de avião encontradas pela equipe de especialistas malaios enviados à ilha. Ele indicou, no entanto, que não era possível determinar se os novos destroços procediam do avião da Malaysia Airlines desaparecido.
“Eu posso apenas assegurar que são destroços de avião”, disse Liow. “Eu não posso confirmar que são do [voo] MH370.”
O primeiro-ministro malaio, Najib Razak, afirmou na quarta-feira (5) que um flaperon (fragmento de asa) encontrado na semana passada na ilha de Reunião pertencia ao Boeing 777 da Malaysia Airlines que viajava entre Kuala Lumpur e Pequim, o voo MH370, desaparecido há 17 meses pouco depois da decolagem.
A afirmação de Najib ocorreu após a peça ser levada para análise na França, que investiga o desaparecimento porque quatro cidadãos franceses estavam no voo.
Em Paris, fontes judiciais francesas informaram à France Presse que, até então, os investigadores do país não teriam em mãos os “novos destroços de avião” encontrados nesta quinta.
As autoridades francesas não foram tão enfáticas quanto o premiê malaio nas conclusões sobre a análise do fragmento encontrado na semana passada, dizendo haver “suspeitas muito fortes” de que o pedaço de asa pertencesse ao Boeing 777 da Malaysia Airlines.
A investigação dos destroços em um laboratório militar próximo à cidade de Toulouse, no sudoeste da França, com especialistas franceses e malaios, prossegue nesta quinta-feira.
Família enfurecidas
Os comentários conflitantes das autoridades da Malásia e da França irritaram os familiares dos passageiros do voo MH370, do qual não se tinha notícias há mais de 500 dias.
Dai Shuqin, irmã de um dos passageiros, participou junto a dezenas de pessoas de um protesto em frente ao escritório da Malaysia Airlines em Pequim, na China.
“A França está sendo cuidadosa sobre isto, mas a Malásia está desesperada para pôr um fim a este caso e fugir de suas responsabilidades”, disse.
Liow disse que as diferenças nos discursos sobre a origem dos destroços decorre de “escolha de palavras”.
“Eles [franceses] querem continuar com testes adicionais. Nós respeitamos sua decisão”, disse o ministro.
A peça encontrada na semana passada é o primeiro grande avanço na busca pelo voo, mas ainda não explica o que aconteceu com a aeronave, que desapareceu de 8 de março de 2014 carregando 239 pessoas.
A explicação mais plausível do ocorrido, segundo os responsáveis pela investigação, é que uma queda brusca do nível de oxigênio da aeronave deixou a tripulação e os passageiros inconscientes. O avião teria passado a voar no piloto automático até sua queda no mar por falta de combustível.