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Exército malaio faz a guarda na região em que as covas foram encontradas | FAZRY ISMAIL/EFE
Exército malaio faz a guarda na região em que as covas foram encontradas| Foto: FAZRY ISMAIL/EFE

A Malásia encontrou 139 covas, algumas contendo corpos com sinais de tortura, em mais de duas dezenas de acampamentos de tráfico de seres humanos que teriam sido utilizados por quadrilhas de contrabando de imigrantes através da fronteira com a Tailândia, disse o chefe de polícia do país nesta segunda-feira (25).

As densas selvas do sul da Tailândia e do norte da Malásia têm sido uma importante rota para contrabandistas levarem as pessoas para o Sudeste Asiático por barco, através de Mianmar, na maioria procedentes de Bangladesh ou muçulmanos da etnia rohingya, que dizem estar fugindo de perseguição.

“É uma cena muito triste... Para nós, uma já seria sério. Encontramos 139”, disse a jornalistas o inspetor-geral de polícia da Malásia, Khalid Abu Bakar, no Estado de Perlis, norte do país. “Estamos trabalhando estreitamente com os nossos colegas da Tailândia. Nós vamos encontrar as pessoas que fizeram isso.”

A descoberta sinistra ocorre depois de terem sido encontradas covas rasas semelhantes no lado tailandês da fronteira, no início deste mês, o que ajudou a desencadear uma crise regional. Após a repressão aos acampamentos por autoridades tailandesas, os traficantes abandonaram milhares de migrantes em barcos frágeis na Baía de Bengala e no mar de Andaman.

“Ficamos chocados com a crueldade”, disse Khalid, descrevendo condições nos 28 acampamentos abandonados, espalhados ao longo de um trecho de 50 quilômetros da fronteira com a Tailândia, em torno do qual os túmulos foram encontrados em uma operação que começou em 11 de maio.

Milhares de muçulmanos da etnia rohingya são transportados por traficantes através do sul da Tailândia todos os anos, e nos últimos anos se tornou comum eles serem mantidos em acampamentos remotos ao longo da acidentada fronteira com a Malásia até que seja pago um resgate por sua liberdade.

Levantamento da Reuters mostrou que as cobranças variam de US$ 1.200 a US$ 1.800 dólares, uma fortuna para imigrantes pobres acostumados a viver com um dólar ou dois por dia.

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