Existem mais perguntas do que respostas
Ter desaparecido sobre o mar é das poucas semelhanças entre o voo 370 da Malaysia Airlines e o voo 447 da Air France, que caiu em 2009. Por ora, há mais diferenças: pouco antes de cair, o Airbus A330 da Air France enviou mensagens automáticas à empresa que apontavam problemas elétricos e de pressurização da cabine.
Não há informação, até o momento, de que a Malaysia Airlines tenha recebido mensagens automáticas apontando anomalias no Boeing 777. O avião da companhia francesa enfrentou mau tempo, que, no final, resultou no congelamento de tubos externos que alimentam informações de altitude e velocidade, o que contribuiu para o desastre, com 228 mortos.
Sem muitas informações, existem mais perguntas do que respostas. Não se sabe, por exemplo, se alguma explosão ou falha estrutural ocorreu o que poderia abrir a fuselagem e, a 10 km de altitude, despedaçar o avião. Por enquanto, a falta de notícias impede até falar com certeza que o avião caiu. É algo improvável, porém: não consta que algum tripulante ou passageiro tenha feito contato em busca de socorro até o momento ou de aeroportos entre a Malásia e a China a detectar a aterrissagem de um gigante como um Boeing 777-200, com mais de 200 passageiros. As respostas, espera-se, virão nos próximos dias.
As autoridades da Malásia identificaram um dos dois passageiros que embarcaram com passaportes roubados no Boeing-777/200 da Malaysia Airlines que está desaparecido desde sexta-feira (pelo horário de Brasília).
Confira a rota do avião desaparecido
O chefe da polícia disse que não poderia revelar a identidade do passageiro, mas afirmou que ele não é asiático.
Os bilhetes usados pelos passageiros foram emitidos na Tailândia e foram comprados por um iraniano chamado Kazem Ali. Segundo o jornal Financial Times, a agência de viagens disse que Ali é seu cliente há três anos.
A Interpol (polícia internacional) confirmou que dois passaportes roubados que constam de seu banco de dados, um italiano e o outro austríaco, foram usados por passageiros do voo.
A área de buscas do avião foi ampliada para além do golfo da Tailândia após autoridades malasianas detectarem em radares militares uma mudança de rota no voo.
Após a descoberta dos passaportes falsos, as autoridades da Malásia afirmaram que não descartam nenhuma possibilidade, mas especialistas advertem que o uso de passaportes roubados é comum em voos e não necessariamente indica uma motivação terrorista.
O chefe da aviação civil da Malásia admitiu que pode levar muito tempo até o Boeing ser localizado e lembrou o acidente com o voo 447 da Air France, em 2009, cujos destroços foram encontrados no fundo do oceano Atlântico só dois anos após a queda.
Mas há diferenças que podem tornar mais fácil localizar o avião da Malaysia.
A grande profundidade das águas onde o avião da Air France caiu, de até 4,7 mil metros, foi um dos maiores desafios para as equipes.
Já a profundidade máxima das águas no golfo da Tailândia não supera os 80 metros, e o fundo tende a ser plano, segundo especialistas.
Após quatro dias sem sinal do avião, a China subiu o tom e exigiu respostas das autoridades malasianas.
O voo MH370 sumiu do radar cerca de uma hora após decolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim.
Deixe sua opinião