As guerras no Mali e na Síria e o programa nuclear iraniano centram a agenda temática da Conferência de Segurança de Munique (MSC), uma das reuniões de referência em nível global em matéria de Defesa e Relações Exteriores, que começa na tarde desta sexta-feira.
A 49ª edição da Conferência contará com a presença, entre outros, do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden; da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton; do secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, e do mediador da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi.
O Brasil será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que será o responsável de fazer o primeiro discurso do país na história da Conferência.
Além das crises do Mali e da Síria - que estará representada por vários membros da oposição -, a MSC, que se prolonga até o domingo, voltará a prestar atenção à situação no Irã, entre a ameaça de um ataque israelense, o efeito das sanções internacionais e a decisão de Teerã de seguir adiante com seu programa nuclear.
Desde que em meados de janeiro a França respondeu ao pedido do Executivo malinês e enviou tropas ao país africano para combater os grupos islamitas, a maioria dos países europeus se comprometeu a prestar apoio logístico e sanitário a Paris.
Na Síria, por sua parte, os rebeldes vão ganhando terreno contra o Exército de Bashar al Assad, mas a um enorme custo humano (60 mil mortos e 660 mil refugiados "oficiais", segundo a ONU) após quase dois anos de conflito.
Em relação ao Irã, o presidente da MSC, Wolfgang Ischinger, defendeu na semana passada a aposta em tentar resolver o conflito em torno de seu programa nuclear por vias exclusivamente diplomáticas.
Destacou, neste sentido, que na conferência estarão representantes de EUA, Rússia, União Europeia, Israel, Irã e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), todas as partes envolvidas no conflito iraniano.
Outros temas que terão sua própria sessão de debate na MSC serão a cibersegurança, a crise europeia e a subsequente necessidade de integração militar, o crescente papel global das potências emergentes, a política energética e o ambíguo conceito da "responsabilidade ao proteger".
No total, devem comparecer 90 delegações nacionais, aproximadamente uma dúzia de chefes de Estado e Governo, 70 ministros das Relações Exteriores e Defesa, e 60 executivos de grandes empresas.
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