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Xiitas no deserto entre Kerbala e Najaf, no Iraque | Alaa Al-Marjani/Reuters
Xiitas no deserto entre Kerbala e Najaf, no Iraque| Foto: Alaa Al-Marjani/Reuters

O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, se recusou ontem a desistir de buscar um terceiro mandato, desafiando os críticos que exigem sua substituição num momento em que o país enfrenta a ameaça de fragmentação por parte de insurgentes islâmicos.

Maliki está sob crescente pressão desde que militantes do grupo agora autodenominado Estado Islâmico invadiram áreas do país no mês passado e anunciaram a formação de um califado em terras tomadas do Iraque e da Síria.

"Nunca vou desistir da minha candidatura para o cargo de primeiro-ministro", disse Maliki em um comunicado lido por um locutor na televisão estatal. "Vou continuar a ser um soldado, defendendo os interesses do Iraque e de seu povo", acrescentou, qualificando os insurgentes e seus aliados como terroristas.

Maliki se referia ao Estado Islâmico e a alguns dos principais grupos armados sunitas que tomaram o controle de grande parte das regiões de maioria sunita do Iraque.

A declaração de Maliki vai complicar a luta para formar um novo governo que una o país, étnica e religiosamente dividido, algo que o Parlamento não conseguiu alcançar nesta semana. Com isso, prolonga-se o impasse político que se tornou ainda mais perigoso por causa da ameaça à integridade territorial do Iraque.

Acusado por críticos de exacerbar a divisão sectária no país, Maliki está sob imensa pressão de inimigos políticos sunitas e curdos para renunciar ao cargo, e até mesmo de aliados no próprio campo xiita.

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