Nelson Mandela prestou uma homenagem nesta quarta-feira ao ex-presidente sul-africano P.W. Botha, morto na véspera. Ele é lembrado por ter se recusado a libertar Mandela da prisão onde foi mantido por combater o regime dos brancos.

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``Para muitos, o senhor Botha continuará como um símbolo do apartheid, mas nós também nos lembraremos dele pelas medidas que tomou para pavimentar o caminho na direção do acordo negociado de maneira pacífica em nosso país'', disse Mandela em nota.

Botha morreu em casa, aos 90 anos de idade.

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Mandela passou 27 anos na prisão, incluindo cerca de uma década durante o governo de Botha -- que governou a África do Sul em uma de suas fases mais tumultuadas e lutou em vão para preservar o regime branco do apartheid.

Botha foi derrubado por uma rebelião do gabinete em 1989 e substituído por F.W. de Klerk, que repudiou quase tudo o que seu antecessor linha-dura defendia, incluindo as leis centrais do sistema de segregação racial.

De Klerk conduziu os governantes brancos durante as delicadas negociações que no final levaram ao poder o Congresso Nacional Africano (CNA), liderado por Mandela, nas eleições multirraciais de 1994.

``Nossa correspondência com o senhor Botha enquanto estávamos na prisão foi uma parte importante dos estágios iniciais, assim como o acordo para um encontro pessoal em Tuynhuys'', disse Mandela a respeito das negociações secretas realizadas na residência presidencial daquela época.

A morte de Botha deve ser uma recordação de ``como os sul-africanos de todas as origens juntaram-se para salvar nosso país da autodestruição'', disse Mandela.

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A nota de Mandela reflete a política de reconciliação que marcou sua própria Presidência, que muita gente acredita ter livrado a África do Sul de uma transição sangrenta depois do apartheid.

Esta política deu a Mandela o Prêmio Nobel da Paz, que ele compartilhou com De Klerk em 1993.