O prêmio Nobel da Paz e ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, encara nesta quarta-feira (12) seu quinto dia hospitalizado em estado grave, e receberá a visita do chefe de Estado do país, Jacob Zuma, assim que este conseguir abrir um espaço em sua agenda.
Assim explicou o porta-voz de Zuma, Mac Maharaj, nesta manhã à rádio pública sul-africana "SAFM", que reiterou que o estado de Mandela não mudou desde a sua entrada em um hospital de Pretória no último sábado, que ainda é "grave, mas estável".
"O presidente Zuma o visitará assim que sua agenda permitir", disse Maharaj à rádio estatal.
Zuma, que se encontra na Cidade do Cabo para participar hoje de uma sessão do Parlamento, garantiu ontem à emissora de televisão pública SABC que o estado de saúde de Mandela é "muito grave", mas "estável".
Essa foi a primeira vez que as autoridades sul-africanas classificaram o estado do ex-presidente como "muito grave" desde a sua hospitalização no último fim de semana.
Apesar disso, Zuma, que - segundo Maharaj - recebe constantemente informações dos médicos sobre a situação de Mandela, fechou seu discurso com uma mensagem otimista.
"Eu o conheço bem e é um grande lutador, estará conosco muito em breve", disse o chefe do Estado.
Como já ocorreu na segunda-feira, Mandela recebeu ontem a visita de suas filhas e sua ex-mulher, Winnie Mandela.
Zenani Mandela, uma das filhas de Madiba - como é conhecido popularmente o ex-presidente em seu país - deixou a Argentina, onde é embaixadora da África do Sul, nesta semana para estar ao lado de seu pai.
A atual esposa do prêmio Nobel da Paz em 1993, a moçambicana Graça Machel, permanece ao lado de Mandela desde o momento em que foi internado no hospital.
Mandela foi internado quatro vezes desde dezembro, sempre devido aos problemas respiratórios.
O primeiro presidente negro da África do Sul contraiu seus problemas respiratórios durante os 27 anos em que esteve nas prisões do regime racista do "apartheid", contra o qual lutou durante quase sete décadas.
Mandela foi eleito presidente em 1994, quatro anos após sua libertação, nas primeiras eleições livres da África do Sul, nas quais todos os cidadãos não brancos puderam votar pela primeira vez.
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