Três manifestações em protesto contra a guerra na Faixa de Gaza estão sendo organizadas pela comunidade do Paraná: uma campanha de doação de sangue, uma exposição de fotos do conflito na Boca Maldita e uma passeata contra os ataques para a qual, inclusive, estão sendo requisitados pares de sapatos, em alusão ao recente protesto de um jornalista iraquiano contra o presidente George W. Bush. Quem coordena as ações é o Comitê Árabe Brasileiro de Solidariedade, formado por uma série de entidades árabes e não-árabes, como a Comunidade Islâmica do Paraná, a Sociedade Árabe Brasileira e o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (CebraPaz).
A campanha de doação de sangue "Uma gota de sangue pela paz" começou ontem e recebe doações até que o conflito se encerre. "Nós estamos lutando pela solidariedade humana, e o que melhor a representa é o sangue", explica o professor e um dos organizadores do evento, Francisco Manoel de Assis França, o Kico, do CebraPazPR. "Em vez de arrancar sangue nas guerras, nós doamos sangue para quem precisa. É uma forma concreta de solidariedade." As doações estão sendo recolhidas no Hemepar (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná), que fica na Travessa João Prosdócimo, 144, no bairro Alto da XV.
Passeata
Amanhã o Comitê promoverá uma passeata contra os ataques de Israel a Gaza. O pedido aos participantes é que levem um par de sapatos para manifestar seu repúdio à guerra na Palestina tal como o jornalista iraquiano Muntazar al-Zaidi, que em dezembro jogou um par de sapatos contra o presidente norte-americano George W. Bush. Os sapatos, ao contrário de serem atirados contra os desavisados, serão empilhados, para representar as vítimas dos conflitos em Gaza, e doados para os flagelados de Santa Catarina. A caminhada começara às 11 horas, em frente à escadaria da Universidade Federal do Paraná, na Praça Santos Andrade. A expectativa é reunir cerca de 500 pessoas.
Também já está na Boca Maldita, no centro de Curitiba, uma exposição de fotos dos últimos bombardeios. As fotos foram recolhidas de blogs de todo o mundo.
"Se você começar a acessar os blogs, vai ver o que tem de movimentos mundiais pela paz na Palestina", diz o professor Kico que, apesar de não ser descendente árabe nem ter amigos em Gaza, apoia as manifestações a favor dos palestinos.