Cerca de 350 pessoas se reuniram neste domingo em Berlim, na Alemanha, em um ato de apoio aos manifestantes brasileiros. Ao menos 40 protestos irão acontecer pelo mundo nos próximos dias em solidariedade as manifestações nacionais contra a redução das tarifas do transporte público.

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Organizado pela publicitária paulistana Juliana Doraciotto, 25, o protesto percorreu cerca de três quilômetros, ocupou uma via movimentada da cidade, a Kottbusser Damm, e contou com o apoio da polícia.

"Não tenho outro adjetivo para descrever o comportamento a polícia senão perfeito", diz Doraciotto, que vive na Alemanha há um ano.

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Segundo a organização do evento, além de manifestantes brasileiros, o protesto recebeu o apoio de integrantes do movimento turco, que tem ido às ruas todos os dias para chamar a atenção sobre a situação na Turquia -há cerca de duas semanas manifestantes estão reunidos na praça Taksim e fazem críticas ao regime do premiê Recep Tayyip Erdogan.

"Há muita solidariedade entre nações que estão passando por problemas parecidos", afirma.

Ela conta que resolveu criar o evento na manhã de sexta-feira (14), após ver a repercussão das manifestações em São Paulo. A página do evento no Facebook tem como foto principal a imagem de Giuliana Vallone, repórter da Folha de S.Paulo atingida no olho por uma bala de borracha enquanto cobria os protestos na última quinta-feira (13).

"Depois da noite de quinta-feira, que foi a gota d'água, acordei indignada e resolvi montar o evento", conta ela, que explica que foi às ruas da capital alemã "por todas as pessoas que estão dando a cara a tapa".

Polícia

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Para garantir que o protesto teria o acompanhamento da polícia, Doraciotto preencheu um protocolo no site da prefeitura de Berlim informando alguns dados pessoais, qual o tema da manifestação, quantas pessoas eram esperadas no ato e qual seria o trajeto percorrido. Esse documento precisa ser enviado com 48 horas de antecedência e é respondido em um tempo que varia entre 15 minutos e seis horas.

"Cinco minutos antes da hora marcada para o protesto, chegaram três carros da polícia. Os agentes, com o meu protocolo e me chamando pelo nome, me instruíram sobre como proceder e explicaram como poderiam ajudar, antes que saíssemos caminhando", explica.

Os participantes do ato tiveram que obedecer várias regras. Não podiam sair andando sem avisar os agentes e, se quisessem parar precisavam avisar os policiais com antecedência, para evitar problemas no trânsito. Além de dois guardas que acompanharam a caminhada, mais cinco foram na frente, desviando o tráfego e orientando os motoristas que encontravam as vias temporariamente fechadas.

Nova York

Ao menos 100 pessoas se concentraram no começo desta tarde em frente ao Central Park, em Nova York, para protestar a favor dos manifestantes brasileiros que foram as ruas reivindicar a redução das tarifas do transporte público.

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Segundo o organizador do evento, Jean Nogueira, 20, a página do protesto nas redes sociais reuniu cerca de 1.500 pessoas, mas ele foi obrigado a apagá-la por uma exigência da polícia, que temia que o evento ganhasse proporções maiores.

O organizador teria que ter enviado um comunicado a polícia avisando sobre a manifestação, o que não foi feito. Por conta disso, o evento acabou se desorganizando e não angariou mais pessoas e as que estavam por lá começaram a ir embora a partir das 16h. Um novo ato será agendado para a próxima semana, segundo os organizadores.