Inspirados pela recente revolta na Tunísia, milhares de habitantes do Iêmen pediram neste sábado (22) o fim da administração de 32 anos do presidente Ali Abdullah Saleh em uma manifestação que parece ser a primeira de larga escala a desafiar o homem forte do país. A manifestação não pode ocorrer nas ruas, mas foi confinada na Universidade de Sanaa, um exemplo das poucas liberdades existentes no país.
Cerca de 2.500 estudantes, ativistas e grupos de oposição se reuniram e gritaram slogans contra o presidente, comparando Saleh com o presidente deposto da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, em função da insatisfação da população com a corrupção do governo e dos problemas econômicos.
Um dos organizadores do protesto, Fouad Dahaba, disse que o ato de hoje foi apenas o início e que eles não irão parar até que as demandas dos manifestantes forem atendidas.
Os milhões de habitantes do Iêmen são a população mais pobre do mundo árabe, o governo é amplamente visto como corrupto e é criticado por sua aliança com os Estados Unidos na luta contra Al-Qaeda. Além disso, existem poucas liberdades políticas e o país está ficando rapidamente sem água.
Hoje, a Argélia também registrou manifestações contra seu presidente, também inspiradas na revolta da Tunísia.