Cairo - Pelo menos 365 pessoas morreram durante os 18 dias de protestos antigovernamentais que levaram à queda de Hosni Mubarak depois de quase 30 anos no poder, anunciou ontem o Ministério da Saúde do Egito. Trata-se da primeira contagem de mortes ocorridas durante as manifestações divulgada pelo governo.
Ao fazer o anúncio, o ministro da Saúde, Ahmed Sameh Farid, observou que se trata apenas de uma contagem preliminar de civis mortos nos protestos. Segundo ele, não estão incluídos os policiais e os prisioneiros que perderam a vida no período.
Ainda de acordo com o ministro, 5,5 mil pessoas foram tratadas por ferimentos sofridos durante os protestos realizados entre 25 de janeiro e 11 de fevereiro. Farid afirmou também que o Ministério da Saúde continua à espera de boletins de diversos hospitais e secretarias espalhados pelo país.
Grupos de defesa de direitos humanos advertem que o número de vítimas pode ser ainda maior, uma vez que centenas de pessoas continuam desaparecidas.
A deposição de Mubarak, no entanto, não aplacou a frustração dos egípcios com a qualidade de vida desde as condições de trabalho às preocupações ambientais.
Aeroviários protestaram ontem por melhores salários, trabalhadores da indústria têxtil entraram em greve para exigir uma investigação de denúncias de corrupção e moradores de uma cidade na região do Canal de Suez saíram às ruas para exigir o fechamento de uma indústria química suspeita de despejar lixo tóxico em uma lagoa.
Com a queda de Mubarak, o Egito agora é governado por uma junta militar. O Exército já reiterou o compromisso de promover reformas democráticas no país, mas tem pedido o fim das greves que se iniciaram durante o período de protestos.
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