Um manifestante tailandês foi morto e quatro ficaram feridos neste sábado, informou uma autoridade de saúde, quando um atirador não identificado abriu fogo contra protestantes cujos esforços para derrubar a primeira-ministra Yingluck Shinawatra desencadearam violência nos últimos dias.
O tiroteio ocorreu 48 horas depois de embates entre a polícia e os revoltosos, determinados a impedir a eleição-relâmpago marcada por Yingluck para 2 de fevereiro, do lado de fora de um centro de cadastramento eleitoral, durante os quais duas pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas.
Os episódios de violência recentes vêm na esteira de anos de rivalidade entre a classe média de Bangcoc e os monarquistas e os apoiadores eminentemente pobres e rurais de Yingluck e seu irmão, Thaksin Shinawatra, um popular ex-premiê que foi deposto em um golpe militar em 2006 e vive em um autoexílio.
Petphong Kamjonkitkarn, diretor do Centro de Emergências de Erawan na capital, Bangcoc, disse à Reuters que um homem na casa dos trinta anos foi morto a tiros. Quatro sofreram ferimentos de bala.
Os manifestantes vêm protestando há semanas na tentativa de depor Yingluck, vista como marionete de seu irmão, e prometeram bloquear a eleição, a qual Yingluck provavelmente venceria.
Yingluck, que extrai seu apoio do norte e do nordeste rurais, está decidida a ir adiante com o pleito. Na sexta-feira, seu governo pediu aos militares que ajudassem a providenciar a segurança de candidatos e eleitores.
O chefe do Exército, fortemente politizado, recusou-se a descartar a intervenção militar, respondendo que "a porta não está nem aberta, nem fechada" quando indagado se um golpe é possível.
Várias centenas de manifestantes estão acampados em barracas ao redor dos escritórios da sede do governo, um de vários locais de protestos no entorno da capital. Testemunhas disseram que eles dormiam quando os tiros começaram, aproximadamente às 3h30 do horário local (18h30 de sexta-feira no horário de Brasília).
Testemunhas declararam que os tiros podem ter vindo de um carro que passava diante do local dos protestos. Imagens da TV Reuters mostraram buracos de bala em uma barreira de concreto, assim como manchas de sangue em uma barraca. Alguns manifestantes também exibiram cartuchos de bala de baixo calibre.
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