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Insatisfação

Manifestantes atacam prédios públicos em cidades bósnias

Homem aponta para as chamas no prédio do governo em Tuzla; manifestantes atearam fogo no local e enfrentaram tropas de choque da polícia | Dado Ruvic/Reuters
Homem aponta para as chamas no prédio do governo em Tuzla; manifestantes atearam fogo no local e enfrentaram tropas de choque da polícia (Foto: Dado Ruvic/Reuters)

A sede da presidência da Bósnia-Herzegovina, em Sa­­rajevo, foi atacada ontem com pedradas e depois incendiada por manifestantes que protestavam contra o fechamento de várias fábricas e contra a corrupção e a pobreza.

Tropas de choque da polícia e grupos de civis entraram em confronto em vários pontos da cidade.

Os manifestantes que invadiram a presidência atiraram objetos pelas janelas, enquanto na frente do edifício continuavam os enfrentamentos entre eles e a polícia. As informações são do site Avaz, que testemunhou os incidentes.

A maioria das janelas do prédio da Presidência está quebrada e uma fumaça espessa saía da sede do governo.

Quiosques, lojas e carros foram destruídos e saqueados por grupos de manifestantes, e uma parada de trem foi incendiada, acrescentou o portal.

Feridos

No total, quase 200 pessoas ficaram feridas em confrontos com a polícia, segundo serviços médicos locais.

Trata-se do mais grave episódio de convulsão social no país desde a guerra que matou mais de 100 mil pessoas entre 1992 e 1995, em meio à dissolução da Iugoslávia.

Início

Os protestos sociais da Bósnia, que começaram na quarta-feira em Tuzla, no nordeste do país, se estenderam ontem a mais de 30 cidades, principalmente a capital Sarajevo, Bihac e Zenica, onde milhares de pessoas saíram às ruas.

Alguns veículos da imprensa bósnia informaram sobre a possível renúncia dos chefes dos governos cantonais de Tuzla e Zenica.

Em Tuzla, os enfrentamentos entre a polícia e os civis terminaram com a invasão da prefeitura. Os manifestantes destruíram computadores e móveis.

Os policiais usaram gás lacrimogêneo para dispersar o grupo, que foi para as ruas vizinhas.

Desemprego

"Isso tinha que acontecer. Os cidadãos estão sem trabalho, sem direitos. Estou há sete anos desempregado", disse um manifestante em Tuzla à emissora de televisão federal.

A taxa de desemprego encontra-se próxima de 40% no país.

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