Três veículos da Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim com 22 soldados foram atacados ontem em Abidjã, por um "numeroso grupo" de pessoas. Um agente foi ferido a facadas, informou a missão da ONU no país.
As forças da ONU tentam controlar a disputa pós-eleitoral depois que o presidente Laurent Gbagbo não reconheceu a vitória do opositor Alassane Ouattara e reverteu o resultado das eleições com um recurso à Corte Constitucional.
Gbagbo ameaçou ontem expulsar embaixadores dos países que tenham descredenciado embaixadores do seu governo no exterior.
"Nós entendemos que alguns governos, dizendo que eles estão agindo na base de comunicados vindos do Sr. Alassane Ouattara, pretendam colocar um fim às missões dos nossos embaixadores nos seus países", disse o governo de Gbagbo em comunicado, lido na emissora estatal de televisão RT1.
"Confrontados com essas decisões, contrárias à prática diplomática, nos reservamos ao direito de aplicar a reciprocidade, ao finalizar as missões diplomáticas dos embaixadores dos países em questão", disse o comunicado, lido pelo porta-voz Ahoua Don Mello.
Pressão
Gbagbo também rejeitou ontem um pedido de três presidentes africanos para renunciar ao poder.
Boni Yayi, do Benin, Ernest Bai Koroma, de Serra Leoa, e Pedro Pires, de Cabo Verde, entregar em Abidjã um pedido assinado pelo bloco dos países da África Ocidental, o Ecowas, pela renúncia de Gbagbo. Caso recusasse, enfrentaria uma intervenção militar.
O governo de Gbagbo havia dito inicialmente que receberia os emissários "como irmãos e amigos e escutaria a mensagem que vieram entregar".
Mas pouco antes da reunião prevista com Gbagbo, seu governo alertou que não toleraria a interferência em seus assuntos internos, e não cederia a nenhum pedido.
Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram uma proibição de viagem a Gbagbo e às pessoas próximas a ele.