A polícia de Hong Kong entrou em atrito neste domingo com simpatizantes do artista chinês Ai Weiwei, que está preso pelas autoridades chineses.
Cerca de 150 manifestantes, incluindo experientes ativistas pró-democracia e membros da comunidade artística da ex-colônia britânica, empunhando cartazes e carregando uma grande estátua da deusa da democracia, exigindo a libertação de Ai, de 53 anos.
"Devolvam-nos Weiwei," gritou o ativista Lui Yuk-lin, enquanto membros da comunidade artística de Hong Kong, muitos vestidos de preto, carregavam fotografias e usavam crachás com Ai e a palavra "desaparecido."
Centenas de policiais bloquearam estradas e montaram barricadas de metal em torno do escritório de representação da China, em Hong Kong, enfurecendo os manifestantes que empurravam a porta da frente, provocando brigas e a prisão de pelo menos um manifestante.
A manifestação em Hong Kong foi parte de uma série de protestos planejados para acontecer do lado de fora das representações diplomáticas chinesas nas principais cidades da Europa, dos EUA e da Austrália, com a mobilização de simpatizantes do artista, feita através de sites de redes sociais, incluindo o Facebook, que é proibido na China.
Relatos da mídia chinesa e do Ministério do Exterior, dizem que Ai está sendo investigado por suspeita de "crimes econômicos," que não foram especificados. Na quinta-feira, um jornal de Hong Kong, controlado por Pequim, disse que a polícia chinesa tem provas concretas que Ai burlou o fisco.
A China mantém presos, detidos ou em custódia sigilosa um grande número de dissidentes, advogados de direitos humanos, ativistas e agitadores desde fevereiro, quando o medo de contágio das revoltas no Oriente Médio contra os governos autoritários desencadeou uma forte repressão por parte do sistema de segurança doméstica da China.
"Se nós nos calarmos, isso pode ser um prenúncio do que está por vir," disse Kacey Wong, um artista e local e um dos manifestantes.
SEM CONTATOAi Wei participou do projeto do estádio Ninho de Pássaro para as Olimpíadas de 2008 e tem conciliado uma carreira artística internacional com campanhas contra a censura e restrições políticas do governo, muitas vezes usando a Internet.
Ai não faz contato com a família há duas semanas, desde que foi levado sob custódia policial no aeroporto internacional de Pequim. Sua família diz que não foi informada oficialmente pela polícia e que uma investigação por crimes econômicos é uma tentativa de calar o ativismo declarado de Ai.
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