Entenda como está dividida a política tailandesa| Foto:
Simpatizantes do premier Thaksin Shinawatra deixam a Casa de Governo monitorados de perto por soldados em Bangcoc
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O cerco de três semanas à sede do governo tailandês terminou nesta terça-feira (14), aliviando por enquanto os temores de que uma crise política prolongada agravasse a situação econômica do país.

"Temos de parar porque precisamos cuidar das vidas dos nossos seguidores", disse Jatuporn Prompan, um dos líderes dos manifestantes "camisas vermelhas," simpatizantes do ex-premiê Thaksin Shinawatra, muito popular entre a população rural e pobre.

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A grave crise política tailandesa opõe, em termos gerais, grupos monárquicos, militares e a classe média urbana contra os seguidores de Thaksin.

"No geral, não acho que seja o fim da história. Esta crise ainda tem um longo caminho pela frente", disse Danny Richards, economista-sênior da Economist Intelligence Unit, em Londres.

"Mas, em termos desse protesto propriamente dito, Abhisit (Vejjajiva, o atual premiê) conseguiu permanecer no controle, e acho que é preciso dizer que ele evitou uma grande crise de confiança em seu governo".

Abhisit disse à Reuters na madrugada de terça-feira que o momento era "de vida ou morte" para seu governo, e que ele não negociaria com Thaksin. Ele acrescentou que dissolver o parlamento para convocar eleições poderia causar maior violência, mas disse que pode ouvir as solicitações dos manifestantes.

"Confiança do investidor abalada"

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A agência Standard & Poor's reduziu a classificação dos títulos soberanos em moeda local da Tailândia e disse que a tensão política deve permanecer elevada.

"Acreditamos que a confiança do investidor foi abalada significativamente como resultado dos últimos fatos, enquanto, em curto prazo, o turismo também será negativamente afetado", disse o analista de crédito da S&P Kim Eng Tan.

O setor turístico, importante atividade econômica do país, mal começa a se recuperar dos protestos do ano passado, contra um governo leal a Thaksin, quando os principais aeroportos de Bangcoc passaram uma semana fechados.

Por causa dos protestos das últimas semanas, Abhisit se viu forçado a cancelar uma cúpula asiática na localidade turística de Pattaya, no sábado, um evento que o premiê apregoava como prova da volta da Tailândia à normalidade.

Os manifestantes haviam acampado em torno da Casa de Governo desde 26 de março, exigindo a renúncia do premiê e a convocação de eleições. Mas o primeiro-ministro recuperou parte da sua credibilidade quando, na segunda-feira, violentos confrontos entre os "camisas vermelhas" e militares num importante entroncamento viário da capital foram debelados sem maior derramamento de sangue.

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Um ministro e fontes médicas disseram que duas pessoas morreram, ambas em escaramuças entre moradores e alguém que passou de moto. O Instituto Médico de Emergências disse na terça-feira que 113 pessoas, inclusive soldados, ficaram feridas.

Por causa dos distúrbios, vários países aconselharam seus cidadãos a não visitarem a Tailândia. Mas o clima festivo começou a voltar na terça-feira, quando as pessoas saíram às ruas para atirar água umas nas outras, uma tradição ligada ao Songkran, o Ano-Novo tailandês.