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Dezenas de manifestantes espanhóis se reuniram neste domingo (20) na Puerta del Sol, no centro de Madri, após o encerramento das eleições gerais, para protestar contra o que chamam de dominação injusta da política da Espanha pelos dois maiores partidos do país. Eles prometeram colocar-se contra mais medidas de austeridade. "Eles chamam isso de democracia, mas não é", diziam, em coro, os manifestantes.

Muitos dos presentes na praça neste domingo, jovens veteranos do movimento de resistência que tomou as cidades espanholas neste ano, disseram não ter votado neste domingo. Alguns escolheram partidos minoritários que se opõem às medidas de austeridade fiscal. "A mensagem das pessoas reunidas aqui, para quem quer que controle o governo, é que eles não nos representam", disse Julio Garrido, um especialista em treinamento de 49 anos, que trabalha no Ministério do Trabalho. "Não estamos de acordo com as políticas econômicas e sociais."

Apesar da insatisfação de parte da população, a votação ocorreu hoje sem maiores problemas. Estimativas iniciais mostram que cerca de 58% dos que tinham direito a voto foram às urnas, ante 61% na última eleição, em 2008.

De acordo com pesquisa de boca de urna, entre os partidos minoritários, os nacionalistas catalães da Convergência e União devem ficar com 13 a 15 assentos, enquanto a coalizão Esquerda Unida deve obter de 9 a 11 assentos, de atuais dois. O bloco Amaiur, separatista basco, deve ter de seis a sete assentos, após ficar uma década banido do Parlamento da Espanha.

O oposicionista Partido Popular deverá ficar com 43,5% dos votos e obter 181 assentos no Parlamento da Espanha, cinco acima dos 176 necessários para eleger o primeiro-ministro e aprovar leis sem a necessidade de alianças com outras legendas. Já o Partido Socialista, que governa o país, deve ficar com 30% dos votos e 115 assentos.

"Podemos dizer que, de acordo com a pesquisa, o Partido Popular venceu essa eleição por larga maioria", afirmou Ana Mato, chefe de campanha do PP.

O pleito ocorre em um momento crítico da economia espanhola, mergulhada na pior crise em décadas. Na semana passada, os custos de financiamento da dívida do país subiram para o nível mais alto desde a década de 1990. Muitos especulam que a Espanha como a Itália, será uma das próximas nações a necessitar de socorro financeiro da zona do euro.

Nos dois últimos anos, Grécia, Irlanda e Portugal tiveram que ser socorridos ao serem incapazes de levantar fundos a juros razoáveis nos mercados de capitais. Todos, assim como a Espanha o faz agora, mudaram de governo nos últimos 12 meses. A Itália também tem um novo mandatário, Mario Monti, recém-empossado no cargo de primeiro-ministro. As informações são da Dow Jones.

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