Milhares de manifestantes tomaram nesta quinta-feira (9) as ruas em frente ao Parlamento da Geórgia, exigindo que o presidente, Mikhail Saakashvili, deixe o cargo, na maior demonstração de oposição depois da guerra com a Rússia, no ano passado.
A oposição culpa Saakashvili, um advogado formado nos Estados Unidos que construiu laços próximos com Washington, pela desastrosa guerra ocorrida em agosto de 2008 e diz que ele não pode liderar a Geórgia por causa de sua antagônica relação com Moscou. Saakashvili, por sua vez, tem prometido completar seu mandato, que termina em 2013.
O protesto foi realizado no dia em que se completam 20 anos de uma violenta manifestação contra os soviéticos, que estimulou a luta da Geórgia para obter autoridade própria e levou a nação a declarar independência dois anos depois.
Entre os políticos que se uniram à oposição após a guerra do ano passado estão o ex-porta-voz do Parlamento Nino Burdzhanadze, que era um dos maiores aliados de Saakashvili, e Irakli Alasania que era embaixador da Geórgia na Organização das Nações Unidas (ONU). O ex-ministro do Exterior Salome Zurabishvili também liderou um grupo de manifestantes hoje.
"O povo vai eleger um novo governo que terá confiança e forte apoio e também terá uma chance real de começar a dialogar com a Rússia", disse Alasania antes da manifestação. O presidente russo, Dmitry Medvedev, tem dito que vai se recusar lidar com Saakashvili, que os líderes russos classificam como "sanguinário" e "desequilibrado".
Anteontem, Saakashvili pediu para conversar com a oposição, mas o pedido foi recusado. "Só poderá haver diálogo com o governo sob uma condição: a renúncia de Mikhail Saakashvili", afirmou Levan Gachechiladze, que concorreu com o atual presidente nas eleições do ano passado.
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