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Manifestantes franceses contrários às restrições sanitárias aplicadas durante a pandemia de Covid-19 bloquearam parte do trânsito na Avenida Champs Élysées, no centro de Paris, neste sábado (12). O protesto, chamado pelos organizadores de “Comboio da Liberdade”, foi a primeira grande manifestação feita em território europeu, aos moldes dos protestos liderados por caminhoneiros no Canadá, contra a obrigatoriedade da vacina e do passaporte vacinal.
Houve confronto entre os manifestantes e as forças de segurança locais, que usaram gás lacrimogênio para tentar dispersar os protestos. No início da noite, segundo informações do The Washington Post, as autoridades francesas reconquistaram o controle da situação após vários carros terem sido rebocados.
Os manifestantes ganharam acesso à região central de Paris contrariando uma ordem de bloqueio emitida pelo governo francês, que destacou mais de 7 mil policiais para tentar parar os protestos. Além de uma multa estimada em mais de R$ 26 mil, as punições aos manifestantes incluem prisão de até dois anos e a suspensão da carteira de motorista.
Protestos semelhantes foram organizados em outras cidades da Europa. Na Holanda, os manifestantes interromperam parcialmente o trânsito nos arredores da sede do governo, em Haia. Policiais belgas estão se organizando para o protesto marcado para a próxima segunda-feira (14) em Bruxelas.
Em meados de 2021 o governo francês impôs o chamado “passaporte da saúde”, e obrigou os franceses a apresentarem comprovante de vacinação ou teste negativo de Covid-19 para terem acesso a uma série de locais, como museus, transporte público e restaurantes. A medida foi tomada, segundo o presidente Emmanuel Macron, para evitar um possível novo lockdown.
As medidas, porém, se intensificaram nos últimos meses. Os testes negativos para a doença foram retirados do rol de possibilidades do passaporte da saúde francês. A medida foi vista como uma forma de impedir os não-vacinados de acessarem esses locais. O próprio Macron, em entrevista ao jornal Le Parisien, deixou claro que a estratégia do governo era “irritar” quem ainda não tomou as doses das vacinas. "Eu não quero irritar os franceses. Mas com relação aos não vacinados, eu realmente quero irritá-los. E vamos continuar a fazer isso, até o final. Essa é a estratégia".