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Manifestantes haitianos pedem repetição de eleições

Porto Príncipe - Cerca de 2.000 manifestantes foram às ruas de Porto Príncipe na quinta-feira para exigir a repetição da eleição de domingo que, segundo eles, foi fraudada. Em clima de tensão, o país aguarda os resultados, que devem ser divulgados na próxima semana.

A passeata, na qual os manifestantes levavam cartões vermelhos pedindo a renúncia imediata do presidente René Préval e do seu candidato a sucessor, Jude Celestin, foi observada pela tropa de choque da polícia, mas não teve incidentes graves de violência.

O protesto foi comandado por um grupo de candidatos presidenciais que pedem a anulação do pleito de domingo passado, acusando o governo de Préval de ter tentado manipular o processo para beneficiar Celestin.

A comunidade internacional aposta nessas eleições presidenciais e legislativas para tentar estabilizar o país, que é o mais pobre das Américas, tem um histórico de turbulências políticas, foi devastado por um terremoto em janeiro e agora enfrenta uma epidemia de cólera.

A Organização das Nações Unidas (ONU) diz que os protestos, embora preocupantes, não são piores do que as turbulências ocorridas em eleições passadas no Haiti. A entidade lembra ainda que monitores internacionais deram seu aval ao pleito.

As autoridades eleitorais devem divulgar na próxima terça-feira os resultados preliminares da eleição, mas há uma expectativa generalizada de que nenhum dos 18 candidatos tenha alcançado a maioria absoluta, forçando a realização de um segundo turno em 16 de janeiro.

A passeata de quinta-feira cresceu ao passar por favelas da capital, e terminou no centro da cidade, em frente à sede do organismo eleitoral. Alguns manifestantes chegaram a interromper uma rua e a apedrejar veículos das forças de paz da ONU.

A lei eleitoral haitiana proíbe a divulgação de resultados extraoficiais, mas um site de notícias da região, o Caribbean360, informou que o popular cantor Michel Martelly e a ex-primeira-dama Mirlande Manigat tiveram mais votos que o governista Celestin.

Préval, que tem mandato até 7 de fevereiro, rejeitou repetidamente as acusações de que estaria tentando manipular o processo em favor de Celestin.

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