Dezenas de pessoas de St. Louis , no estado americano do Missouri, realizaram protestos dentro de grandes varejistas dos EUA durante a madrugada da "Black Friday", em uma nova tática para expressar sua ira com a decisão de um júri de não indiciar um policial branco que matou o jovem negro desarmado Michael Brown. Manifestantes exortaram seguidores a boicotarem a Black Friday em todo o país nesta sexta-feira (28).
Dando início à nova estratégia dentro de uma loja do Walmart, cerca de 75 manifestantes protestaram de forma pacífica, gritando "Hands up, don't shoot!" (Mãos ao alto, não atire!), atrapalhando consumidores que empurravam seus carrinhos de compra.
Os manifestantes dispersaram de forma pacífica quando receberam ordem de um pequeno grupo de policiais, e foram então para uma loja da Target onde realizaram uma protesto similar e gritaram palavras de ordem. Há mais manifestações do tipo previstas para esta sexta-feira. Não havia informações imediatas sobre detenções.
Os manifestantes sugeriram, caso se faça alguma compra, que o dinheiro seja usado em empresas cujos proprietários sejam negros. Algumas lojas foram listadas nas redes sociais.
No subúrbio de Ferguson, onde Brown foi baleado pelo policial Darren Wilson no dia 9 de agosto, a noite transcorreu de forma tranquila. Não houve relatos de protestos e a Guarda Nacional continuava patrulhando a área.
Apesar da calma em Ferguson, cidade com 21 mil habitantes majoritariamente negra, protestos esporádicos eclodiram em algumas cidades do país. Em Nova York, sete manifestantes foram presos na quinta-feira quando várias pessoas romperam barreiras perto da rota do desfile do Dia de Ação de Graças.
A decisão do júri, divulgada na segunda-feira, de não indiciar Wilson motivou incidentes de fúria em 170 cidades dos EUA, segundo a CNN. Cerca de 12 imóveis comerciais foram incendiados e mais de cem pessoas foram detidas em confrontos com a polícia na segunda e na terça-feira somente em Ferguson.
O policial Wilson, que foi colocado em licença administrativa, disse que temeu por sua vida e estava agindo em autodefesa quando atirou em Brown. A família de do jovem afirma que ele agiu por maldade e defende um julgamento do policial.
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