Manifestantes iranianos invadiram a embaixada da Arábia Saudita em Teerã e incendiaram o edifício, segundo imagens divulgadas nas redes sociais na madrugada deste domingo (noite de sábado no Brasil). A informação foi confirmada pela agência semioficial iraniana Isna.
Os manifestantes, no entanto, foram dispersados pela polícia, de acordo com a Isna. O ministro das Relações Exteriores iraniano, que havia no sábado(2) feito declarações inflamatórias contra a Arábia Saudita, pediu calma aos manifestantes e disse que as representações diplomáticas devem ser respeitadas.
REAÇÃO IRANIANA
Protestos eclodiram no Irã e em diversos países da região após a execução do clérigo xiita dissidente Nimr Baqir al Nimr na Arábia Saudita neste sábado (2).
Nimr, 56, foi sentenciado à morte por desobedecer as autoridades, instigar a violência sectária e ajudar células terroristas.
A milícia Basij, ligada à Guarda Revolucionária iraniana, havia convocado uma manifestação para este domingo (3) diante da embaixada.
A execução do clérigo irritou o próprio governo do Irã, adversário regional de Riad. Representantes do país afirmaram, no sábado, que a Arábia Saudita pagaria um “preço elevado” pela morte do clérigo.
“O governo saudita apoia por um lado os movimentos terroristas e extremistas e, ao mesmo tempo, usa a linguagem da repressão e da pena de morte contra seus rivais internos. [...] Pagará um preço elevado por esta política”, disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Hossein Jaber Ansari, citado pela agência iraniana Irna.
“A execução de uma personalidade como o xeque Al Nimr, que tinha unicamente objetivos políticos e religiosos, somente demonstra a falta de sabedoria e a irresponsabilidade [do governo saudita]”, afirmou ainda Ansari.
Em resposta, as autoridades sauditas convocaram na noite de sábado (2) o representante diplomático do Irã no país para protestar contra as declarações do ministro, as quais classificaram como uma interferência em assuntos domésticos.
Após a invasão da embaixada, Ansari pronunciou-se pedindo calma e respeito dos manifestantes às representações diplomáticas sauditas no país.
