Ao menos 25 pontos da rede de rodovias do Peru foram bloqueados por manifestantes favoráveis ao presidente destituído Pedro Castillo que pedem a renúncia da nova presidente do país, Dina Boluarte, e o fechamento do Congresso.
Segundo a Polícia Nacional, os manifestantes queimaram pneus e colocaram contêineres nas pistas. O ponto onde foram registrados os maiores protestos, com cerca de 4 mil pessoas envolvidas, é a cidade de Chala, na região de Arequipa, uma das mais tradicionais no setor de mineração no país.
O sul, parte do país onde o recém-destituído ex-presidente Pedro Castillo tem mais apoio popular, é palco da maioria dos bloqueios de estradas. É onde fica justamente Arequipa, que além de estradas bloqueadas também teve seu aeroporto internacional Rodríguez Ballón, que serve a capital regional (segunda maior cidade do Peru), ocupado por manifestantes.
Segundo um comunicado da empresa Aeropuertos Andinos del Perú, que administra o terminal, a invasão provocou o cancelamento de voos. Os manifestaram atearam fogo à cabine de controle.
“Procedemos à evacuação de todas as pessoas que se encontram no nosso terminal aéreo e comunicamos o fechamento do aeroporto de forma a garantir a segurança operacional”, informou a empresa.
Por volta das 13 horas locais (15 horas de Brasília), um representante da Defensoria de Arequipa, Angel María Manrique, afirmou ao site do jornal El Comercio que a polícia já havia recuperado o controle do aeroporto, mas permanece a situação de alerta porque o objetivo é “evitar qualquer tipo de confronto que coloque em risco a vida das pessoas”.
No norte, a Polícia Nacional Peruana (PNP) registrou apenas bloqueios de rodovias na província costeira de Trujillo, onde cerca de cem moradores da região de Viru interromperam o fluxo na Pan-americana Norte nos quilômetros 503 e 512 para exigir a soltura de Castillo, que está preso preventivamente.
Outras províncias do sul e do interior do país, como Puno, Abancay, Uyacali e Tacna, também sofreram bloqueios de rodovias por manifestações.
A imprensa peruana também informou que a venda de passagens de ônibus foi suspensa em várias partes do país como precaução contra os bloqueios em rodovias.
As manifestações são lideradas por grupos que rejeitam a destituição do ex-presidente Pedro Castillo e a posse de Boluarte - que era vice dele - como chefe de Estado e exigem uma eleição geral antecipada.
Castillo está detido desde a última quarta-feira (7), quando foi destituído pelo Congresso após tentar dissolvê-lo e anunciar que formaria um governo de emergência, convocaria uma assembleia constituinte e realizaria uma reforma da Justiça.
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