Voluntários ajudam manifestante em Hong Kong.| Foto: Philip Fong/AFP

Aos gritos de "chega de gás lacrimogêneo", milhares de famílias em Hong Kong protestaram neste sábado (23) contra o governo na condução dos protestos pró-democracia às vésperas de eleições locais muito disputadas.

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Ao todo, a polícia de choque já disparou mais de 9.000 cartuchos de gás lacrimogêneo desde que os protestos começaram a agitar o território chinês em junho, muitas vezes em áreas lotadas e também perto de escolas.

Segundo os manifestantes, com a polícia agora comprando cartuchos da China, há um medo crescente de que o gás lacrimogêneo possa liberar produtos químicos tóxicos, incluindo dioxinas causadoras de câncer. Uma jornalista relatou que foi diagnosticado com uma condição na pele ligada à exposição a toxinas, incluindo dioxina.

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O governo disse nesta semana que não havia evidências de nenhuma risco à saúde ou ambiental e recusou-se a revelar os produtos químicos no gás lacrimogêneo, citando preocupações operacionais.

Nesta semana, houve um raro momento de tranquilidade nas ruas, com os manifestantes ansiosos para validarem sua causa através das urnas, cujas eleições para os conselhos distritais acontecem neste domingo (24). Cerca de 4,1 milhões de cidadãos se registraram para votar - um crescimento de 12% em relação ao pleito anterior.

Na disputa, estão 452 de 479 assentos nos conselhos de cada um dos 18 distritos de Hong Kong. Os conselheiros distritais, que são eleitos totalmente por voto direto, são responsáveis por tratar de questões comunitárias, como coleta de lixo e rota de ônibus. Seu poder é limitado se comparado ao do Conselho Legislativo (LegCo), órgão legislador de Hong Kong.

Além destas serem as primeiras eleições em Hong Kong desde o início dos protestos, os 18 conselhos distritais têm participação no processo de votação indireta que seleciona parte dos representantes do LegCo e os membros do Executivo local. Atualmente, os partidos pró-Pequim controlam 17 conselhos e contam com 298 conselheiros distritais desde as últimas eleições em 2015.

O secretário-chefe de Hong Kong, Matthew Cheung, disse neste sábado que a votação de quase 60% da população da cidade é um "exercício democrático real" e que uma forte presença policial nas assembleias de voto garantirá que tudo ocorra bem. Fonte: Associated Press

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