São Paulo – Uma multidão de manifestantes protestou ontem em Istambul, na Turquia, contra a visita do Papa Bento XVI ao país, programada para começar amanhã, dia 28, até o dia 1.º de dezembro. O protesto foi organizado pelo partido político turco pró-islâmico chamado Felicity. Líderes do partido se disseram ofendidos pelas declarações do Papa que sugeriam uma ligação entre violência e islamismo.

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Em setembro, o papa referiu-se à crítica feita ao profeta Maomé, no século 14, pelo imperador Manuel II, o Paleólogo (1391–1425), que afirmou que todas as coisas que Maomé trouxe foram más, "como sua ordem para espalhar pelo medo da espada a fé que pregava’’. Usando os termos "jihad’’ e "guerra santa’’, o Papa afirmou que a violência era "incompatível com a natureza de Deus’’.

A multidão foi acompanhada por cerca de quatro mil policiais, que contavam com apoio de veículos blindados e caminhões de forças de choque. Segundo a polícia, ainda não havia uma estimativa de quantos manifestantes foram à rua, mas os policiais estavam se preparando para uma multidão de 15 mil pessoas.

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A multidão gritava "Deus é grande’’ e carregava cartazes exigindo que o Papa não vá ao país. O partido ainda colocou faixas pela cidade até o aeroporto, nas quais estava escrito "Não à aliança com os cruzados’’ e "Que o papa não venha’’. Bento XVI também já se manifestou anteriormente contra a entrada da Turquia na União Européia (UE) e pediu uma volta aos valores cristãos fundamentais na Europa. A Turquia seria o primeiro país predominantemente muçulmano a fazer parte da UE.

O Papa deve se encontrar com o patriarca ortodoxo, Bartolomeu I. Ontem também o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, confirmou que o Papa deve visitar a mesquita do sultão Ahmet I, ou mesquita Azul, como é mais conhecida, além de ser a maior mesquita otomana do mundo. Será a primeira visita de Bento XVI a uma mesquita.