Faixa pendurada pelos ativistas do Greenpeace mostra o presidente François Hollande com a frase "O presidente da catástrofe?"| Foto: EFE/Micha Patault

Os ativistas do Greenpeace que tinham invadido a usina nuclear de Tricastin na França, na última madrugada, foram detidos, informaram nesta segunda-feira (15) o Ministério do Interior e a organização ambientalista.

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O Ministério do Interior afirmou que foram detidas 29 pessoas, enquanto uma porta-voz do Greenpeace falou em "30", que estavam sendo retirados de Tricastin às 12h30 locais (7h30 de Brasília). Entre eles havia franceses, mas também espanhóis, suíços e romenos.

Uma porta-voz da organização, que se encontrava nos arredores do complexo nuclear explicou por telefone que os ativistas tinham entrado na usina por três pontos distintos por volta das 5h20 locais (0h20 de Brasília), e que o objetivo da ação era alertar sobre a periculosidade da energia nuclear e sobre a necessidade de se fechar essa usina.

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Durante a ação, os militantes levaram cartazes com referências às rachaduras detectadas no reator número um (de um total de quatro) e com mensagens ao presidente francês, François Hollande, exigindo o fechamento da usina.

A porta-voz do Greenpeace insistiu que a usina de Tricastin "é uma das mais perigosas" da França e que o seu fechamento é tão imprescindível como o da usina de Fessenheim, a mais antiga do país e a única que Hollande deve fechar durante seu mandato.

Além disso, afirmou que esse complexo está funcionando há mais de três décadas, se sabe que tem rachaduras em um de seus reatores e que está localizado em uma área sujeita a inundações, nas margens do rio Ródano.

O porta-voz do departamento de Interior, Pierre-Henry Brandet, explicou que a prisão dos membros do Greenpeace não ocorreu de forma mais rápida para garantir que tudo ocorresse sem danos para ninguém, já que "não havia a menor dúvida" sobre a identidade dos ativistas e sobre suas intenções, concretamente uma operação de "comunicação".

Brandet, em entrevista à rede de televisão "BFM TV" destacou que os ativistas não entraram em "zonas sensíveis".

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Um responsável da Autoridade da Segurança Nuclear (ASN) informou que os ambientalistas não entraram no edifício do reator.

A companhia elétrica estatal Electricité de France (EDF), proprietária da central, assegurou em comunicado que os ativistas "em nenhum momento tiveram acesso às zonas sensíveis do complexo" e que "essa invasão não teve nenhuma consequência para a segurança das instalações, nem das pessoas presentes".

A EDF, que garantiu que os ambientalistas tinham sido detectados "assim que entraram", antecipou que vai apresentar uma denúncia contra eles por "invasão de propriedade".

O Greenpeace não quis dar detalhes sobre os locais que os ativistas tiveram acesso devido às consequências criminais que essas informações podem trazer em uma eventual denúncia contra eles.

O governo francês anunciou que está estudando mudanças no estatuto das usinas nucleares no que diz respeito à segurança.

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Concretamente, essas medidas significariam uma imposição de punições mais duras para aqueles que invadirem instalações nucleares.