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Protesto

Manifestantes queimam bandeira de Israel no Centro de Curitiba

Manifestantes incendiaram a bandeira de Israel na Boca Maldita | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Manifestantes incendiaram a bandeira de Israel na Boca Maldita (Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo)

Manifestantes da comunidade árabe de Curitiba atearam fogo a uma bandeira do Estado de Israel na manhã desta sexta-feira (9), durante passeata realizada pelo Centro da capital paranaense. O protesto reuniu cerca de mil pessoas, segundo os organizadores, e pediu o fim do conflito na Faixa de Gaza.

Os participantes saíram por volta das 11h30 da Praça Santos Andrade e caminharam pela Rua XV de Novembro até a Boca Maldita, onde chegaram perto das 12h30. Entre os que participam do ato, havia desde árabes, membros do PCB, PSol e movimento estudantil, até manifestantes com camisetas do Hamas e do Hezbollah.

A caminhada foi organizada pelas entidades Comunidade Islâmica do Paraná, Sociedade Árabe Brasileira e Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (CebraPaz). Sobre o fato de a bandeira de Israel ter sido queimada, Francisco Manoel de Assis França, um dos organizadores, explica que qualquer pessoa podia se manifestar da forma que quisesse. "Não aceitávamos apenas atitudes de grupos skinheads", diz.

A passeata transcorreu pacificamente, segundo França. "Não houve ninguém ferido, nenhum papel jogado no chão; nem a polícia foi chamada", conta. Um carro de som comandou os participantes, que carregavam dezenas de faixas, cartazes e bandeiras palestinas.

Os organizadores pediram aos participantes que levassem um par de sapatos, em referência a atitude do jornalista iraquiano Muntazar al-Zaidi, que em dezembro jogou um par de sapatos contra o presidente norte-americano George Bush, mas poucas pessoas aderiram à iniciativa. De acordo com França, a comunidade continuará recebendo os calçados, que serão enviados às vítimas das enchentes de Santa Catarina, até as 14 horas deste sábado (10), na Boca Maldita.

A comunidade árabe também realiza uma campanha de doação de sangue e uma exposição de fotos do conflito, montada em uma barraca na Boca Maldita.

Comunidade israelita

O presidente da Federação Israelita do Paraná, Isac Baril, disse que toda a comunidade está na expectativa de que seja firmado um acordo de paz. Ele afirma que judeus e muçulmanos convivem pacificamente no país e que atitudes como a queima da bandeira de Israel não afetam a relação dos grupos religiosos por aqui. "Em uma democracia como o Brasil, eles têm todo o direito de se manifestar", explica.

Baril espera que a paz que existe entre as duas comunidades no Paraná sirva de exemplo para o Oriente Médio. "Queremos que em breve as lideranças árabes e israelenses firmem um acordo definitivo de paz", afirma. "Alguns dizem que é utopia, mas não é. Muitos povos já viveram em litígios e hoje em dia convivem muito bem".

Foz do Iguaçu

A comunidade árabe de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, também realiza uma caminhada nesta sexta-feira. A manifestação acontece a partir das 17 horas e vai percorrer a Avenida Brasil. Na semana passada, cerca de 500 pessoas protestaram contra a ofensiva israelense à Faixa de Gaza. A manifestação organizada pelo Centro Islâmico reuniu famílias palestinas, líderes religiosos e representantes políticos da segunda maior comunidade de língua árabe do país. No ato de repúdio, faixas e cartazes pediam o fim dos ataques.

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