Mais de 2 mil pessoas protestaram neste sábado (13) contra a decisão de reabrir uma fábrica de papel fechada em 2008 por preocupações de que a planta estava poluindo o lago Baikal.
Um número igual de manifestantes, alguns amparados por autoridades, caminharam junto ao primeiro grupo na cidade siberiana de Irkutsk para aclamar a decisão do governo tomada no mês passado de reabrir a Baikalsk Pulp & Paper Mill, recuperando 2 mil empregos.
A fábrica, que é a principal empregadora para os 17 mil habitantes da cidade de Baikalsk, foi fechada em outubro de 2008 depois que o governo ordenou que instalasse um sistema de drenagem para não contaminar o maior lago de água doce do mundo.
Ambientalistas dizem que os resíduos da fábrica, localizada nas margens do lago, contêm substâncias nocivas que destroem a vida selvagem do Baikal - 1.500 espécies de animais e plantas, incluindo um tipo único de foca de água doce.
"Viemos aqui para mostrar que as pessoas estão contra (a reabertura)", disse à Reuters por telefone Marina Rikhanova, presidente do Movimento Ecológico Baikal, que organizou o protesto.
O primeiro-ministro Vladimir Putin sinalizou em agosto sua disposição em aumentar as restrições para evitar que a fábrica deposite os resíduos no lago após mergulhar no fundo do lago e consultar alguns cientistas.
A decisão de reabrir a fábrica, construída na era soviética, é vista como parte de um apoio maior do governo para cidades que dependem basicamente da atividade industrial, frequentemente localizadas em áreas remotas, longe das grandes cidades.