As manifestações na Líbia contra os 42 anos de ditadura do coronel Muamar Kadafi enfrentaram ontem o mais sangrento dia de repressão. Numa jornada caótica, segundo testemunhas, o governo ordenou à Aeronáutica que bombardeasse a multidão nas ruas da capital, Trípoli.
Um ministro pediu demissão, embaixadores abandonaram postos e dois pilotos da Força Aérea desertaram, refugiando-se em Malta, um grupo do Exército divulgou um comunicado pedindo aos companheiros que se juntassem ao povo, segundo a TV Al-Jazira. Organizações internacionais falam em mais de 300 mortos.
A crise política na Líbia intensificou-se nas últimas 48 horas, quando as cidades de Benghazi, epicentro das manifestações, Tobruk, Misrata, Lhoms, Tarhounah, Zeiten, Zaouia e Zouara teriam passado às mãos dos revoltosos. Segundo a Federação Internacional das Ligas de Direitos Humanos (FIDH), de Paris, entre 300 e 400 pessoas já teriam morrido nos conflitos com as forças de ordem - 160 dos quais só ontem, segundo a rede de TV Al-Jazira.
No início da noite, relatos vindos de Trípoli davam conta dos ataques aéreos na capital. "Meus pais me disseram que as Forças Armadas estão bombardeando os manifestantes. Pode haver milhares de mortos", afirmou ao Estado Mohamed Rifaat, líbio que vive em Paris e passou o dia em contatos com os pais em Trípoli. "É um crime contra a humanidade que está em curso", afirmou Ismail Sakal, estudante líbio também em Paris.
Na França e na Suíça, organizações de defesa dos direitos civis como a FIDH e o Comitê Líbio pela Verdade e a Justiça anunciaram terem ouvido testemunhos semelhantes vindos de Trípoli. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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