Manifestantes na capital líbia, Trípoli, saquearam nesta madrugada a sede da televisão estatal do país, segundo testemunhas. Além disso, foram queimados prédios dos Comitês do Povo, entidades que apoiam o regime de Muamar Kadafi no país. A organização não-governamental (ONG) norte-americana Human Rights Watch (HRW) informou hoje que os confrontos durante os protestos contra o regime de Kadafi na Líbia, iniciados em 17 de fevereiro já deixaram 233 mortos. Só ontem morreram 60 pessoas em Benghazi, segunda maior cidade do país, informou a HRW.
"As sedes (estatais) da televisão Al-Jamahiriya Two e da rádio Al-Shababia foram saqueadas", afirmou uma testemunha à agência France Presse, por telefone. O sinal das duas redes foi interrompido na noite de noite, mas as transmissões foram retomadas nesta manhã. Segundo algumas testemunhas, os prédios queimados não eram apenas de Comitês do Povo, mas também de algumas delegacias.
Manifestantes comemoravam nesta segunda-feira em Benghazi, afirmando que tomaram o controle da cidade. Os protestos parecem se espalhar pelo país. Nesta segunda-feira ocorreram confrontos na principal praça de Trípoli pela primeira vez.
O filho do líder Kadafi, Saif al-Islam Kadafi, falou nas primeiras horas desta manhã na televisão estatal, segundo a rede Al-Jazira. Ele afirmou que o líder permanece no país e tem o apoio do Exército. Além disso, advertiu para o risco de uma "guerra civil", caso prossigam os protestos contra o líder que está há 42 anos no poder, informa a Al-Jazeera.
No fim de semana, houve relatos segundo os quais o líder teria saído do país. De acordo com um funcionário do Departamento de Estado dos EUA, porém, não é possível confirmar se Kadafi está ou não na Líbia.
Ameaça
Saif prometeu uma conferência sobre reformas constitucionais em dois dias e disse que, se não houver acordo, pode haver uma ocupação "do Ocidente" no país. O filho de Kadafi disse que não ocorrerá na Líbia o mesmo que no Egito e na Tunísia, onde protestos derrubaram líderes que estavam havia décadas no poder. "A Líbia é diferente. Se houver protestos, ela se dividirá em vários Estados", previu, segundo a rede do Catar.
"Vocês querem democracia e direitos, nós podemos falar sobre isso, nós deveríamos ter falado sobre isso antes", afirmou ele. "É isso ou uma guerra. Em vez de chorar por 200 mortos, nós choraremos por centenas de milhares de mortes", disse Saif.
Alguns manifestantes pegaram armas de bases do governo abandonadas no fim de semana e usam essas armas para atacar órgãos estatais, segundo testemunhas. "Os soldados fugiram e cidadãos pegaram suas armas", relatou uma fonte em Benghazi. Muitos moradores e ativistas temem que a violência piore nos próximos dias.
A internet não funciona na maior parte da Líbia. Jornalistas não podem entrar no país e os que estão lá têm ordens do governo para não comentar os protestos. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.
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