Manifestantes tailandeses romperam o cordão de isolamento e invadiram nesta sexta-feira uma emissora de TV por satélite para exigir o fim da censura governamental à sua programação, no primeiro grande confronto em três dias de estado emergência.
As forças de segurança usaram jatos d'água e gás lacrimogêneo para dispersar milhares de manifestantes que saltaram os rolos de arame farpado e arrombaram o portão da emissora, mantendo-se ali por cerca de três horas, num desafio ao estado de emergência que vigora na Tailândia. Esse foi o 27o dia de protestos pela realização de novas eleições.
A maior parte dos soldados abandonou as instalações da empresa de telecomunicações Thaicom, cerca de 60 quilômetros ao norte de Bangcoc, deixando-as sob controle dos "camisas vermelhas", como são conhecidos os seguidores do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto por um golpe militar em 2006.
As autoridades haviam ocupado a emissora na véspera e apreendido equipamentos, o que fez o Canal do Povo sair do ar, sob a alegação de que ele incitava à violência. Nenhuma outra emissora foi afetada.
"Queremos nossa TV de volta. Vocês não podem fechar nossos olhos e ouvidos", disse Jatuporn Prompan, líder dos "camisas vermelhas", sobre a carroceria de um caminhão, depois de liderar a invasão do local.
À noite (hora local), os manifestantes começaram a deixar o local, dizendo que a empresa havia concordado em retomar suas transmissões. Essa afirmação não foi confirmada pelo governo, cujo porta-voz Panitan Wattanayagorn disse que o canal não poderia voltar ao ar.
"Eles ainda estão distorcendo informações, e não podemos permitir isso", afirmou ele à Reuters.
Os manifestantes, que na quarta-feira chegaram a cercar momentaneamente o Parlamento, tomaram armas, cassetetes, escudos, munições e um canhão de gás lacrimogêneo dos policiais, exibindo-os na emissora. Um fotógrafo da Reuters antes havia visto um policial agredindo um manifestante com a coronha de um rifle durante a confusão.
Um hospital disse que 14 manifestantes, 3 policiais e 1 soldado ficaram feridos. Um manifestante foi ferido a bala (provavelmente munição de borracha), e os demais sofreram lesões leves.
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