Os manifestantes "camisas vermelhas" descartaram negociações com o governo tailandês neste domingo (11) e disseram que não abandonarão a luta por eleições antecipadas um dia após confrontos com forças de segurança deixarem 21 mortos.
Bangcoc está tranquila, mas sem resolução à vista e com a perspectiva de mais violência. O mercado de ações, um dos mais aquecidos da Ásia este ano, deve sofrer um abalo quando os negócios forem retomados na segunda-feira.
"O momento das negociações acabou. Não negociamos com assassinos", disse o líder camisa vermelha Weng Tojirakarn. "Temos que continuar lutando", afirmou ele, acrescentando que os manifestantes não planejam nenhuma ação em Bangcoc neste domingo "em respeito pelos mortos".
Os camisas vermelhas --majoritariamente apoiadores do ex-premiê Thaksin Shinawatra, deposto por um golpe em 2006, e oriundos da classe trabalhadora e do campo-- querem que o primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva dissolva o parlamento e deixe o país, cenário de 18 golpes desde 1932.
Os embates de sábado, pior episódio de violência política no país desde 1992 em parte transcorrido em áreas de turismo, terminaram depois que forças de segurança recuaram no final da noite.
Os camisas vermelhas, que somam milhares, ocuparam duas grandes áreas na capital de 15 milhões de pessoas, em estado de emergência desde quarta-feira. Eles não tentaram sair de suas bases no domingo e as tropas tampouco fizeram algum gesto para se aproximar.
Os manifestantes dizem que Abhisit carece de um mandato popular depois que assumiu o poder em um voto parlamentar de 2008 que se seguiu a uma determinação da justiça que dissolveu um partido da situação pró-Thaksin. Aliados deste último devem sair vencedores em uma nova eleição.
Thaksin, eleito duas vezes e auto-exilado desde 2008 após ser sentenciado à prisão por corrupção, foi desprezado por grande parte da elite de Bangcoc, mas é popular entre os pobres graças a políticas como cuidados de saúde acessíveis e concessões de microcréditos a vilarejos.
Mais de 870 pessoas ficaram feridas no sábado nos confrontos, com disparos de balas de borracha e gás lacrimogêneo pelas forças de segurança sobre os manifestantes, que responderam com armas, granadas e bombas de gasolina perto da ponte Phan Fan e da avenida Rajdumnoen, no bairro antigo de Bangcoc. Quatro soldados estão entre os mortos.
Também entre os mortos está o cinegrafista da Reuters Hiro Muramoto, japonês de 43 anos. O ministério do Exterior do Japão pediu ao governo tailandês uma investigação da morte.
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