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Aviação comercial

Manter a segurança é desafio num céu abarrotado de aviões

Este deve ser o ano mais fatal da década para a aviação mundial. Setor enfrenta desafio de se expandir sem perder a qualidade e a confiança dos passageiros | Antonio More/ Gazeta do Povo
Este deve ser o ano mais fatal da década para a aviação mundial. Setor enfrenta desafio de se expandir sem perder a qualidade e a confiança dos passageiros (Foto: Antonio More/ Gazeta do Povo)

Cada vez mais as pessoas estão viajando de avião, criando um desafio assustador para as empresas aéreas: manter os passageiros seguros em um espaço aéreo cada vez mais abarrotado. A cada dia, 8,3 milhões de pessoas em todo o mundo – quase a população da cidade de Nova York – embarcam em aviões. Eles quase sempre aterrissam com segurança. Alguns voos, porém, são mais seguros do que outros.

A taxa de acidentes na África, por exemplo, é quase cinco vezes maior do que a média mundial, de acordo com a Organização Internacional de Aviação Civil, que é parte da Orga­­nização das Nações Unidas (ONU). Esses focos de problemas também ocorrem em locais onde as viagens aéreas estão crescendo mais rapidamente, o que indica que o número de viajantes deve dobrar dentro dos próximos 15 anos.

Patrick Smith, que foi piloto de aviação comercial por 24 anos e é autor do livro Cockpit Confidential ("Cabine Confidencial", em tradução livre) afirma que o crescimento não significa necessariamente que os céus irão se tornar mais perigosos. "Nós já dobramos o volume de aviões e passageiros e o que aconteceu foi que ficamos mais seguros", acrescentou.

Investimento

Para atender ao fluxo de passageiros, as companhias aéreas precisarão contratar e treinar pilotos e mecânicos qualificados. Os governos terão de desenvolver e aplicar regras de segurança. Novas rotas com navegação apropriada terão de ser elaboradas.

Especialistas do setor reconhecem as dificuldades, mas observam que a aviação já passou por grandes rompantes de crescimento antes e ainda assim conseguiu melhorar a segurança ao longo do tempo.

Mesmo assim, as chances de alguém morrer na queda de um avião foram bem menores.

Desde 2000, houve menos de três fatalidades por 10 milhões de passageiros, de acordo com u dados fornecidos pela consultoria Ascend. Na década de 1990 foram quase oito, durante a década de 1980 chegaram a 11, e na de 1970 ocorreram 26.

As últimas semanas foram ruins para a aviação, depois da queda de um voo da Malaysia Airlines e de dois acidentes aéreos separados em Taiwan e no Mali. No entanto, o raro trio de tragédias representa apenas uma fração dos 93,5 mil voos diários ao redor do mundo.

Tecnologia de alto custo ajuda a evitar acidentes

Agência Estado

Melhorias tecnológicas também estão ajudando a reduzir a taxa de acidentes. As cabines agora possuem sistemas que automaticamente alertam se um jato está baixo demais, perto de atingir uma montanha ou outro avião. Também há sistemas que detectam rajadas de vento que podem tornar um pouso perigoso.

A próxima geração de tecnologia promete ajudar a prevenir mais acidentes. A Honeywell Aerospace lançou um novo sistema 18 meses atrás que dá aos pilotos mais informações sobre turbulências severas, granizo e raios. A empresa também está desenvolvendo um sistema para melhorar a visão dos pilotos durante tempestades: uma câmera infravermelha permitirá que eles enxerguem pistas de pouso mesmo no meio de nuvens espessas antes do que enxergariam a olhos nus.

Embora esses avanços devam ajudar uma geração de novos pilotos a voar com mais segurança, nem todas as empresas aéreas estão dispostas a pagar pelas modernizações. "O setor é muito arredio a renovações, por questão de custo", afirmou James E. Hall, ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança em Transporte dos EUA.

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